Política

Papa vai aos EUA tratar de assuntos políticos com Obama

Publicado em 20/09/2015, às 21h20   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O Papa Francisco desembarca em Washington na próxima terça-feira (22) para levar mais que uma mensagem religiosa. O papa tem uma agenda política forte para tratar com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Será a primeira vez na história, por exemplo, que o chefe da Igreja Católica falará no Congresso americano. Vindo diretamente de Havana, ele deverá continuar a fomentar a retomada das conversas entre os dois países. 

De acordo com o Jornal O Globo, a chegada do primeiro “Papa hispânico” aos Estados Unidos, como a mídia local tem se referido a Francisco, deverá colocar ainda mais pressão no debate local sobre imigração, que está cada vez mais quente, principalmente depois que o bilionário Donald Trump apresentou propostas como deportar 12 milhões de imigrantes sem papéis.

A própria Casa Branca admitiu, na quinta-feira, que a presença do Papa poderá auxiliar na política interna americana. Temas como mudanças climáticas, desigualdade, redução da pobreza e, principalmente, reforma migratória, aproximam Barack Obama do argentino Mario José Bergoglio. Fazendo a maior parte das missas em espanhol, ele deverá defender a voz dos latino-americanos no país.

Além do inédito encontro com o Congresso, no dia 24, Francisco participará de um evento nos jardins da Casa Branca com até 15 mil pessoas, no dia 23. Depois, terá uma reunião com Barack Obama no Salão Oval. A agenda do Papa continuará política em Nova York, onde falará na ONU no dia 25, provavelmente abordando a crise dos refugiados na Europa, embora a agenda principal será sobre mudanças climáticas. Na sequência, irá à Filadélfia para participar do Encontro Mundial de Famílias.

Cuba deverá ser o grande tema. Barack Obama e Raúl Castro reconhecem que Francisco foi fundamental para a reaproximação dos dois países. O próprio roteiro do Papa, iniciando em Cuba e vindo direto aos Estados Unidos, tem uma carga política e indica que ele não deixará de ser um importante ator no avanço do diálogo entre os dois países.

Mas nem tudo será um mar de flores para Francisco em solo americano. O Papa terá pela frente questões polêmicas para a Igreja Católica, como os casos de padres pedófilos nos Estados Unidos, a legalização do casamento gay e o debate sobre a ampliação do aborto. Se ele, entretanto, conseguiu resolver um problema insolúvel há 50 anos, deverá conseguir passar por estes temas com certa facilidade.

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