Política

Depoimento de dono da UTC derruba tese sobre cartel, diz advogada

Publicado em 04/09/2015, às 06h17   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Apontado como organizador do cartel das empreiteiras, o dono da UTC e da Constran, o baiano Ricardo Pessoa reconheceu em depoimento nesta quinta-feira (3) o rateio prévio das obras da Petrobras e o pagamento de propina a dirigentes da estatal e a políticos. Mesmo assim, o depoimento foi celebrado por réus da Odebrecht, de acordo com informações publicadas pela Folha.
O delator negou ter tratado com Marcelo Odebrecht sobre suborno e cartel na Petrobras e apontou o ex-executivo Marcio Faria como seu interlocutor nessas decisões. Pessoa admitiu que ele próprio pagou propina, mas foi vago sobre o comportamento da empreiteira parceira em dois consórcios.
O dono da UTC indicou que Faria era responsável na Odebrecht por fazer pagamentos a dirigentes da estatal, mas esquivou-se de dizer se Faria pagou efetivamente propina, argumentando que não lhe cabia "fiscalizar" a parceira. "O delator deixou claro que pode falar apenas pelos próprios atos e não responde sobre terceiros", disse Dora Cavalcanti, defensora de Faria.
Segundo o jornal, a Procuradoria diz ter evidências que ligam a Odebrecht a depósitos em contras de ex-diretores no exterior. Na versão de Pessoa, o acerto prévio não atingia todas as obras e às vezes falhava –discrepância com a descrição do também delator Augusto Mendonça sobre o cartel, como um campeonato com regras predefinidas. "O depoimento derruba a tese simplista de um clube de empresas que funcionava como cartel nas licitações da Petrobras", disse Dora. O PT afirma que todas as doações que recebeu foram legais e declaradas à Justiça Eleitoral. 

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