Política

Editora do site Brasil 247 recebeu propina a pedido de Vacarri, diz Moro

Publicado em 03/08/2015, às 18h25   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



A Editora 247, que edita o site Brasil 247, está sendo investigada por receber pelo menos R$ 120 mil do esquema de corrupção da Petrobras, a pedido do ex-tesoureiro do PT João Vaccari. A empresa é representada pelo jornalista Leonardo Attuch. Segundo um dos delatores da Operação Lava-Jato, Milton Pascowitch, o dinheiro pago à editora foi dado sem a prestação de qualquer serviço e tratou-se de uma operação "para dar legalidade ao apoio que o Partido dos Trabalhadores dava ao blog mantido por Attuch". Os pagamentos foram feitos nos meses de setembro e outubro de 2014.

Pascowitch relatou em seu depoimento de delação premiada que repassou, por meio de sua empresa de consultoria Jamp, valores para a empresa Consist Software destinados ao PT, através de João Vaccari. Na operação eram usados contratos de consultoria simulados entre a Jamp e a Consist no total de R$ 15 milhões. Os contatos com a Consist eram feitos com o presidente da empresa Pablo Alejandro Kipersmit e com o diretor jurídico Valter Silverio Pereira.

O juiz Sérgio Moro, em sua decisão que determinou a prisão do ex-ministro José Dirceu, disse que "os repasses de cerca de R$ 12 milhões teriam sido feitos em espécie (dinheiro vivo). Parte dos valores teria sido recebida por uma emissária com o nome de Marta Coerin. Parte dos valores teria sido repassados a pedido de João Vaccari, para a empresa Gomes & Gomes Promoção de Eventos e Consultoria, mediante simulação de contratos de consultoria com a Jamp Engenheiros".

Segundo Moro, parte dos valores foram direcionado por meio de uma simulação de contrato de prestação de serviço com a Editora 247, a pedido de Vaccari. O tesoureiro do PT, inclusive, solicitou a Pascowitch que fosse feita uma reunião com Leonardo Attuch, da 247. A reunião foi realizada no escritório de Pascowitch. Vaccari propôs a veiculação de um contrato de 12 meses, com parcelas de R$ 30 mil cada. Pascowitch não concordou "e realizou dois pagamentos referentes à elaboração de material editorial no valor de R$ 30 mil cada uma". Na sequência foram feitos mais dois pagamentos através de uma nova solicitação de Attuch, totalizando R$ 120 mil repassados à Editora 247.

Não é a primeira vez que o jornalista é alvo de denúncia. Na Operação Satiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas, ele foi acusado pelo jornalista Mino Pedrosa de usar o cargo e função na revista IstoÉ Dinheiro, quando trabalhava para ela, para defender o banqueiro e o investidor Naji Nahas. Segundo Pedrosa, Attuch usava a revista para publicar matérias encomendadas por Dantas, investigado por corrupção. Por suas reportagens, ele receberia pagamento através de um 'caixa 2' da empresa.

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