Política

ONG baiana ligada a presidente do TCU é suspeita de fraudes, diz jornal

Publicado em 31/07/2015, às 08h26   Redação Bocão News


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A ONG Instituto de Desenvolvimento da Região do Sisal recebeu R$ 3,5 milhões do governo federal por meio de convênios entre 2005 e 2011. De acordo com informações da Folha, um desses convênios foi suspenso por suspeitas de irregularidades. A entidade, cuja sede foi construída com recursos de emenda parlamentar apresentada em 2005 pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, que na época era deputado federal, foi comandada por seu cunhado Sílvio Roberto Habib entre 2006 e 2008, segundo a publicação. Entre 2008 e 2012, Habib deixou a presidência, mas seguiu atuando como gerente-executivo e consultor, com a função de formular projetos de convênios da entidade. 
Com sede no município baiano de Valente, terra natal da família Cedraz, a ONG tem como foco fomentar as cadeias produtivas do artesanato com fibra do sisal e a caprinocultura. Ainda segundo o jornal, em 2011, a ONG firmou contrato de R$ 2,9 milhões com o Ministério do Trabalho com um objetivo bem diferente: treinar trabalhadores do setor do petróleo em três cidades do Ceará. O ministério afirma que a ONG foi escolhida, mesmo não tendo atuação na área, após uma seleção pública.
Mas apenas a primeira etapa do convênio foi paga, já que o contrato acabou suspenso por inconsistências no desenvolvimento do projeto. Pela primeira etapa, a ONG recebeu R$ 884,7 mil. Em junho deste ano, a execução da primeira etapa do convênio teve as contas rejeitadas. Na nota técnica, o ministério justifica a decisão alegando que não foi provado o cumprimento da meta de trabalhadores treinados.
A entidade ainda firmou outros seis convênios –um com o Ministério da Agricultura e cinco com o da Ciência e Tecnologia– para desenvolver projetos de artesanato e caprinocultura em Valente. Destes, cinco foram considerados adimplentes e um está com as contas sob análise. A ONG ainda chegou a ser selecionada pelo Ministério do Trabalho para treinar trabalhadores do setor sucroalcooleiro no interior de São Paulo, num convênio de R$ 2,3 milhões. O contrato, contudo, não chegou a ser executado.
Cedraz informou que "não tem relação com a ONG, nem com a efetivação dos convênios".

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