O advogado do deputado Carlos Ubaldino (PSD), Ananias Daébs, conversou com a reportagem do Bocão News, na noite desta quarta-feira (15) para negar participação do parlamentar na fraude de licitações com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), alvo de investigação da Polícia Federal, no início desta semana. Segundo Daébs, não houve 'acordo' ou 'conchavo' com o dono da empresa Ktech Key Technology Gestão e Comércio de Software Ltda, Kells Mendes.
O advogado contou como os dois se conheceram. Segundo Daébs, Kells Mendes esteve no gabinete do deputado para apresentar o programa Ensino Digital. Antes disso, os dois nunca se viram. Ubaldino teria demonstrado interesse no programa para implanta-lo no município de Itapicuru, no qual teve mais votos. Naquele momento, o prefeito de Itapicuru, José Moreira de Carvalho Neto (PDT), apareceu de 'surpresa' no gabinete. Ubaldino teria deixado somente os dois conversando. "O deputado não tinha nenhum envolvimento com Kells. O deputado deu o azar de estar no gabinete no dia em que os dois se encontraram. Não foi uma coisa programada", disse.
Ainda de acordo com Daébs, o interesse do parlamentar no projeto foi baseado em angariar votos. "A única coisa que ele queria era voto. Por ser o município que ele teve o maior número de votos. O deputado queria tirar Itapicuru do quase analfabetismo que estava e dar uma alavancada. Foi só pensando em votos", reforçou.
Questionado porque o parlamentar se mostrava tão próximo ao dono da Ktech, durante sessão especial na Alba, o advogado respondeu que o parlamentar quis mostrar admiração pelo município e ao projeto. Da primeira reunião ao dia da sessão foi menos de um ano de relação. Ubaldino chegou a chamar Kells de 'meu amigo'. “Sinto o meu coração feliz porque, quando a Bahia não o conhecia, Kells, eu fui uma porta, contribuí para você palmilhar os municípios baianos. E hoje estamos aqui desfrutando de momentos maravilhosos e de projetos como este", disse Ubaldino na sessão.
Daébs ainda negou que a PF tenha recolhido diversos documentos no gabinete. "A polícia queria encontrar alguma relação entre o deputado e Kells, mas só encontrou uma foto da sessão especial. Ele não foi citado na invetsigação e nem chamado para depor", garante.
Em relação àa doação da Ktech à campanha eleitoral do deputado, o advogado disse que foi de 'espontânea vontade' do empresário e que não houveram acordos futuros.
Desde o ocorrido, o parlamentar fica pouco na Casa. Segundo o advogado ele está 'surpreso' e 'arrasado' com os acontecimentos.
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