Política

MPF diz que Odebrecht também pagou propinas no exterior para Cerveró

Publicado em 08/07/2015, às 06h42   Redação Bocão News


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O Ministério Público Federal (MPF) obteve documentos que levantam suspeita de que a Odebrecht pagou propinas também para o ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, na Suíça, em 2008. Os pagamentos foram feitos para a conta Forbal, mantida por Cerveró no exterior, por meio do doleiro suíço Bernardo Freiburghaus. Esse doleiro, segundo o MPF, seria o operador da Odebrecht na Suíça. Esses documentos fazem parte de uma petição encaminhada no último dia 2 ao juiz Sérgio Moro, pedindo para que seja “reforçada” a decisão que determinou a prisão preventiva dos diretores da Odebrecht, incluindo o presidente Marcelo Odebrecht, presos desde o último dia 19 de junho.
Os pagamentos da Odebrecht a Cerveró, segundo o MPF, puderam ser comprovados por meio do depoimento de Alexandre Amaral de Moura — dono da Comtex Indústria e Comércio, fabricante de sistemas de vigilância e fornecedora da Petrobras — aos procuradores no último dia 30 de junho. Moura disse que Freiburghaus usou uma operação de dólar-cabo para disponibilizar “valores em espécie” para ele no Brasil. Moura disse que vinha dinheiro no exterior e pretendia trazê-lo para o Brasil.
Os pagamentos da Odebrecht a Cerveró, segundo o MPF, puderam ser comprovados por meio do depoimento de Alexandre Amaral de Moura — dono da Comtex Indústria e Comércio, fabricante de sistemas de vigilância e fornecedora da Petrobras — aos procuradores no último dia 30 de junho. Moura disse que Freiburghaus usou uma operação de dólar-cabo para disponibilizar “valores em espécie” para ele no Brasil. Moura disse que vinha dinheiro no exterior e pretendia trazê-lo para o Brasil.
“Para operacionalizar essa internação, Moura entrou em contato com Bernardo. O último, ao invés de orientar o primeiro a fazer um contrato de câmbio, usou a operação de dólar-cabo para dissimular pagamentos de propina da Odebrecht para Paulo Roberto Costa. Assim, Moura efetuou um depósito de US$ 340 mil a crédito da Quinus Services, de Paulo Roberto Costa no HSBC da Suíça, da qual Bernardo era procurador. Esse crédito foi efetuado porque, simultaneamente, a Odebrecht queria remeter recursos para pagar propinas a Paulo Roberto Costa. Em contrapartida, no Brasil, Bernardo coletou recursos disponibilizados em espécie pela Odebrecht e entregou a Moura”, diz o MPF.
Na mesma operação, Moura depositou US$ 300 mil para a Forbal Investiment Inc, empresa constituída por Cerveró no Uruguai em 29 de abril de 2008. “A conta Forbal era conta de Nestor Cerveró, o que indica pagamentos da Odebrecht também em favor de Cerveró no exterior”, dizem os procuradores do MPF.
“O tipo de operações, altamente sofisticadas, para dissimular pagamentos de propinas, mostra que o sistema atual permanece em risco, caso os réus permaneçam em liberdade. Como não usaram o sistema oficial, mas sim o informal, é impossível fiscalizar e impedir novos pagamentos de propinas sem a sua prisão cautelar”, pedem os procuradores do juiz Sérgio Moro.

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