Enganou-se quem atribuiu a “rebelião” dos deputados estaduais da base do governador Jaques Wagner à distribuição das indicações para os 174 cargos que serão criados com reforma administrativa. De fato, segundo um parlamentar governista, a revolta foi motivada por cargos, mas não esta centena.
O que está na mesa de discussão são as 1084 indicações para o terceiro escalão, distribuídos pelo interior do estado. De acordo com um deputado, que preferiu ter o nome preservado, o próprio governador ligou para alguns parlamentares convocando-os para uma reunião que deve por fim ao mal estar.
O líder da bancada da maioria na Casa, Zé Neto (PT), disse que, a partir da próxima semana, um grupo de deputados de cada partido da base aliada vai se reunir com o secretário de Relações Institucionais (Serin), Cézar Lisboa para discutir as questões relacionadas ao problema.
No entanto, esta medida não parece ter surtido o efeito esperado. Para outro deputado aliado, o secretário não pode fazer nada. “Ninguém (parlamentares) quer falar com Cézar, nós vamos é cobrar uma decisão do governador e ele se comprometeu em nos receber”, revelou.
Ainda de acordo com a mesma fonte, os critérios definidos anteriormente só beneficiam o Partido dos Trabalhadores. “O PP aderiu agora, mas quem fica com a maior parte do bolo é o próprio PT”, criticou.
Terceiro escalão à parte, o que se percebe é que passa longe das discussões a ocupação técnica dos empregos públicos, de modo, que as disputas são políticas que pedem soluções políticas e para os empregos serão nomeados políticos.