A acareação entre a cunhada de João Vaccari Neto, Marice Corrêa, e o doleiro Alberto Youssef, terminou com as duas partes mantendo as versões que deram em depoimentos anteriores. O doleiro afirmou, em delação premiada, que Marice recebeu dinheiro de propina, direcionada para Vaccari. Ela nega as acusações.
O depoimento dos dois ocorreu nesta terça-feira (28), na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Marice chegou a ser presa temporariamente em função das investigações. A Polícia Federal analisa a movimentação financeira dela. Um dos casos investigados é a compra de um imóvel da construtora OAS, que, segundo Marice, foi devolvido à empreiteira. Para a polícia e para o Ministério Público Federal, ela recebeu mais de R$ 100 milhões com a transação.
A OAS é uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e teve executivos presos na sétima fase das investigações. Youssef afirma que o esquema de propinas na Petrobras servia para pagar funcionários da estatal e partidos políticos, por meio de doações de campanha.
Além disso, Marice seria responsável por depósitos bancários em contas de familiares de Vaccari que configurariam lavagem de dinheiro.Conforme o MPF, Giselda Rousie de Lima, esposa de Vaccari, recebeu cerca de R$ 323 mil, em depósitos fracionados. Esses depósitos foram feitos, em alguns casos, em caixas eletrônicos.
Com o fim da acareação, a Polícia Federal deve continuar produzindo provas para encaminhar ao Ministério Público Federal, que vai definir se encaminha ou não uma denúncia à Justiça Federal contra Marice.
Já Youssef segue preso na PF, em Curitiba, enquanto aguarda as sentenças referentes aos processos que já responde e a outros que poderá vir a ser acusado. O acordo que ele fechou com o MPF e o Supremo Tribunal Federal prevê que ele fique preso por até cinco anos.
