Política

Youssef diz que propina obedecia tabela de preço e Negromonte chefiava o grupo

Publicado em 09/03/2015, às 06h46   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O pagamento de dinheiro desviado da Petrobras a congressistas do PP provocava brigas e obedecia a uma espécie de tabela de preços proporcional à força política de cada um, disse o doleiro Alberto Youssef, em delação, de acordo com informações da Folha. O Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu a abertura de inquérito contra 18 deputados e 3 senadores do PP, sigla campeã em investigados.
Segundo o doleiro, líderes do PP recebiam entre R$ 250 mil e R$ 500 mil por mês, enquanto “demais parlamentares recebiam entre R$ 10 mil e R$ 150 mil conforme sua força política dentro do partido”. Youssef era o operador do PP na diretoria de Abastecimento, então sob Paulo Roberto Costa. Ele intermediava propina de empreiteiras a Costa. Um percentual ia para o PP.
O esquema foi montado pelo ex-deputado José Janene e se manteve após sua morte, em 2010. Conforme o doleiro, Janene distribuía os recursos no PP, dando as maiores quantias aos líderes Mário Negromonte (BA), ex-ministro e hoje no Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia; João Pizolatti (SC) e Pedro Corrêa (PE), ex-deputados; e Nelson Meurer (PR), deputado.
Após a morte de Janene, Negromonte é apontado por Youssef como o novo líder do grupo. A entrega de dinheiro a ele chegou a ser feita em seu apartamento funcional, em Brasília, e em sua casa, em Salvador, disse o doleiro. O novo grupo decidiu afastar o doleiro. “Os parlamentares informaram que não havia mais confiança na pessoa de Youssef em face aos constantes atrasos nos repasses”, contou Costa sobre reunião com os pepistas.
Segundo a Procuradoria, pagamentos eram feitos em espécie, por transferência bancária, depósitos no exterior ou doações de campanha.
Publicada no dia 8 de março de 2015, às 13h22

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