Política

Doleiro diz que operou R$ 28 milhões da OAS fora do esquema na Petrobras

Publicado em 19/02/2015, às 07h41   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O doleiro Alberto Youssef movimentou cerca de R$ 28 milhões do que chamou de "caixa 2" da empreiteira OAS entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014, de acordo com informações publicadas pelo Estadão.
Em sua delação premiada, Youssef afirmou que esses recursos foram movimentados à parte do esquema de desvios na Petrobras. A quantia registrada consta de planilha apreendida na sétima etapa da operação, realizada em novembro do ano passado, quando foram presos executivos de construtoras acusadas de integrar um cartel que atuava na estatal.
Na planilha apreendida estão indicados valores, datas e os locais para onde o doleiro enviava ou até mesmo buscava dinheiro em espécie.
Youssef admitiu que operava o caixa paralelo da OAS e de outras empreiteiras, recebendo 3% de cada operação.  Ao ser confrontado com a planilha de pagamentos, confirmou que algumas das siglas fazem referência a sedes da construtora e endereços residenciais em diferentes Estados para onde ele ou pessoas indicadas levaram dinheiro. 
O doleiro ressaltou, contudo, que "pelo que sabe" essas movimentações irregulares não têm relação com a estatal petrolífera. Em seu depoimento, Youssef explica que os valores entre parênteses na planilha indicam a "saída" de dinheiro da contabilidade paralela, isto é, a entrega de dinheiro em espécie, e os demais valores indicam a entrada de receita. 
Ainda segundo o delator, "a sigla POA refere-se a entrega de valores junto ao estádio do Grêmio Futebol Porto Alegrense onde a OAS mantinha um escritório e onde entregou R$ 66.000 e R$ 500.000". 
A sigla, que aparece várias vezes na planilha, também faz referência a um "endereço residencial", segundo o doleiro. Youssef confirmou que seus carregadores de dinheiro também fizeram entregas em Minas Gerais, Salvador (BA), Maceió (AL), Natal (RN) e Recife (PE). O delator explicou que "dentre os locais de entrega existiam endereços de destinatários desses recursos, e não de sedes da OAS".
O doleiro explicou em sua delação que a planilha foi elaborada por "José Ricardo, diretor ou gerente da empresa OAS ligado a área financeira e a fim de estabelecer um controle sobre os recursos movimentados pelo declarante". 
O executivo da OAS José Ricardo Nogueira Breghirolli foi preso na Lava Jato e é réu na ação penal contra ele e outros cinco dirigentes da empreiteira. Procurada, a OAS afirmou por meio de nota que "nega veementemente" as acusações de Youssef.

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