Política

Alberto Youssef usava a 25 de março para lavar dinheiro

Publicado em 12/12/2014, às 09h53   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O esquema de desvio e lavagem de dinheiro de propina na Petrobras era bastante “profissional e complexo”. Um desses esquemas era operado por Leonardo Meirelles, doleiro que tinha como clientes vários comerciantes do comércio popular na 25 de Março, no Centro de São Paulo. A informação é do coordenador da força-tarefa do Ministério Público, Deltan Dallagnol.
Conforme a reportagem do jornal O Globo, Meirelles ajudava clientes que desejavam enviar dinheiro para o exterior por meio de importações fraudadas e, usando contratos de importação fictícios, o dinheiro saía, mas os bens correspondentes nunca entravam no país. Com a parceria do doleiro Alberto Youssef, o dinheiro que seguia para o exterior era o desviado da Petrobras e o dinheiro vivo dos lojistas, na verdade, era usado para pagamento de propinas a políticos e funcionários da estatal.
Segundo o Ministério Público Federal, havia ao menos quatro modalidades de fraude. Uma delas era a contratação de consultorias de pessoas ligadas ao esquema, que recebiam por serviços que não eram executados. Outra envolvia as empreiteiras, que contratavam serviços dos mais variados das empresas controladas pelo doleiro. No caso da Camargo Corrêa, uma de suas fornecedoras, a Sanko-Sider, foi usada para receber dinheiro desviado da Petrobras e repassar a Youssef.
As investigações apontaram 154 atos de corrupção e 105 de lavagem de dinheiro pelos 36 réus denunciados nessa quinta-feira, 11, entre funcionários públicos, executivos de empreiteiras e doleiros. Segundo o Ministério Público Federal, esses contratos somam R$ 74 milhões apenas com as quatro empresas de Alberto Youssef. O doleiro era a ponte que intermediava o dinheiro ou mercadoria, como carros de luxo, como o Range Rover Evoque, da Land Rover, avaliado em mais de R$ 200 mil, com que Youssef presenteou Paulo Roberto Costa. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estes elementos tornam pouco crível a tese da defesa de que as empresas sofriam extorsão para participar do esquema.
Fonte: Diário do Poder

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp