Polícia

Professor nigeriano agredido após defender filho de acusação de furto desabafa: 'dói na alma'

Montagem BNews
O professor universitário nigeriano foi agredido com um soco no ombro e chamado de "preto"  |   Bnews - Divulgação Montagem BNews

Publicado em 05/08/2022, às 09h13   Redação BNews



O professor universitário e doutor em Ciências da Saúde, Sikiru Olaitan Balogun, de 48 anos, que é nigeriano, foi agredido e vítima de racismo dentro de um supermercado após defender o filho de seis anos da acusação de furto. O caso aconteceu na última quarta-feira (3), na cidade de Dourados, no interior do Mato Grosso do Sul.

Sikiru, que está no Brasil há 11 anos e no Mato Grosso do Sul há dois, afirma que ainda está assimilando o que aconteceu. Para ele, o episódio foi “inesperado e extremamente lamentável”.

Um vídeo gravado por um dos clientes do estabelecimento mostra o momento em que o nigeriano é agredido por um homem com um soco no ombro. De acordo com professor universitário, o agressor estava fazendo compras na companhia da esposa, quando o filho dele confundiu os carrinhos.

A mulher teria acusado a criança de ter furtado os produtos, que sequer haviam sido pagos pelo casal. A suspeita teria ainda batido no pequeno. O caso foi registrado em uma delegacia e o suspeito foi denunciado por “por vias de fato e injúria racial”. Ele deixou a unidade policial após pagar uma fiança de R$ 1,2 mil.

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O professor nigeriano foi agredido e chamado de "preto" em tom ofensivo (Foto: Arcevo Pessoal)

Depoimento

“Como é que pode um simples equívoco de pegar um carrinho errado de compras que nem tinha sido pago ainda, se transformar em ofensa contra a dignidade de uma pessoa? Essa não é a primeira vez que minha família passa por esse tipo de situação. Tem coisas que a gente aguenta calado, como olhares de indiferença e de desconfiança, mas uma agressão contra uma criança de seis anos tem um peso maior”, disse o professor, em entrevista ao MidiaMax.

Essa inclusive não foi a primeira vez que ele passou por algo parecido, mas nada comparado ao que viveu no supermercado na última quarta. Além do garoto de seis anos, ele também é pai de outra criança de quatro e dois adolescente de 13 e 16.

“Fomos chamados de ladrões e de pretos sem nenhum pudor por parte dos agressores. Isso dói na alma. E dói mais ainda quando essas ofensas partem de pessoas que a gente imagina que sejam avós. Como será que eles educaram seus filhos? Que legado deixaram para as futuras gerações? Tudo isso nos deixa entristecidos. Alguma coisa precisa ser feita para deixarmos essa sociedade mais humana”, completou o nigeriano, também em entrevista ao MidiaMax

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