Polícia
O casal suspeito de matar o empresário Roberto Neri Franco Lôpo, de 57 anos, chegou a Salvador no mesmo dia do crime. Roanichan Nahabedian e o namorado Philippe Ojeda Farias vieram de Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro, no sul da Bahia, e se hospedaram no local do crime: uma pousada na Orla de Amaralina. Eles foram presos na tarde de quinta-feira (22) em João Monlevade, interior de Minas Gerais.
Após supostamente matar o empresário em um dos quartos do terceiro andar da pousada, eles chamaram um carro por aplicativo e foram para uma residência de uma conhecida na capital baiana, onde pernoitaram. A anfitriã estranhou que o homem chegou com um ferimento acima de uma das sobrancelhas.
A desculpa para o machucado foi de que os dois teriam sido assaltados e que, por esse motivo, deixariam a cidade o mais rápido possível. Para a polícia, o ferimento pode ter sido provocado durante uma suposta luta corporal entre Roberto Lôpo e o suspeito. A vítima praticava boxe, karatê e tinha noções de autodefesa.
Fuga
Nas primeiras horas da manhã do dia seguinte, o casal solicitou uma nova corrida pelo aplicativo de transporte até a região da Cidade Baixa. De lá, tomaram um ferry e, depois, seguiram em direção a Porto Seguro em um ônibus intermunicipal. Ao chegar na casa dos pais, Roanichan pediu o carro da família emprestado. Com o veículo, fugiram em direção a um município do Paraná, estado natal de Philippe. O casal pretendia se esconder por lá.
Não se sabe ao certo o que teria motivado a morte do empresário. O casal ainda não foi ouvido pela polícia baiana, que aguarda a chegada dos dois na próxima semana. A suspeita é que eles queriam aplicar o ‘golpe do pix’, quando os criminosos exigem que as vítimas façam transferências bancárias por meio de pagamentos instantâneos.
Encontro
Na recepção da pousada, Roberto Lôpo deu o nome de Roanichan, que desceu para recepcioná-lo. Os dois subiram juntos até um quarto do terceiro andar. Naquele dia, apenas a mulher e o namorado estavam hospedados no piso, por isso, nada de estranho foi notado, exceto um celular que foi arremessado da janela do quarto onde os três estavam. O aparelho era da vítima.
“Os funcionários estranharam que o celular foi jogado pela janela. Eles [casal] desceram e levaram o aparelho de volta. Aquilo chamou atenção e fez com que os trabalhadores pedissem para que o dono do pousada fosse verificar o quarto. Chamaram na porta e como ninguém saiu, ele entrou”, contou a delegada Zaira Pimentel.
Quando o dono do estabelecimento chegou no quarto, o casal não estava, mas o que se podia ver era o corpo do empresário, que tinha sinais de esganadura, além diversas manchas de sangue espalhadas no local. A vítima também teve as mãos amarradas.
No rastro
Assim que mataram o empresário, os suspeitos apagaram todas as suas contas nas redes sociais, mas se esqueceram de deletar o perfil de uma loja de roupa, que pertence a Roanichan. Com essas informações foi possível saber detalhes sobre a vida da suspeita.
A polícia baiana perdeu a oportunidade de prender o casal duas vezes: quando os agentes chegaram à casa da conhecida dos suspeitos e quando pararam o ônibus intermunicipal em que eles viajavam. Na primeira, o casal havia acabado de deixar o imóvel; na segunda, havia descido em uma parada anterior.
Roanichan e Philippe foram presos durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mineira. Eles estão custodiados e à disposição da Justiça, aguardando transferência para Salvador. O corpo de Roberto Lôpo foi enterrado na tarde de quarta-feira (21), no Cemitério do Campo Santo. Ele deixa esposa e duas filhas.
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