Coincidência ou não, três dias após o ex-secretário municipal da Educação, João Carlos Bacelar, pedir para deixar o cargo, mais um grande escândalo envolve a pasta da Prefeitura de Salvador. Em consequência da Operação Prometheus, realizada pela Polícia Federal e conduzida pela delegada Susy Brandão, irregularidades envolvendo um convênio entre a Ong Pierre Bourdieu, a Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e a Secretaria Municipal de Educação, foram presas cinco pessoas acusadas de envolvimento possíveis fraudes na prestação de contas e em notas fiscais pela compra de materiais.
Entre os cinco presos, Petter Souza Silva, contador da Ong Pierre Boudier e pré-candidato à presidência do Vitória. Silva foi preso em sua residência, no prédio Lagoa do Abaeté, no Imbuí, na manhã desta sexta-feira (2).
Além do pré-candidato à presidência do Vitória, também foram presos outros dirigentes da Ong. Michel Souza Silva, que é irmão de Petter, Denis Gama, presidente da Pierre Boudieur, Rubens Almeida, diretor da Ong, e Italo Menezes, proprietário da empresa do ramo de informática chamada Multicomercial.
Na operação Prometheus, foram aprendidos computadores, documentos e materiais de escritório que podem auxiliar nas investigações.
Os envolvidos ficarão presos por cinco dias. De acordo com a polícia, a intenção é que os presos não ocultem documentos e, assim, não possam atrapalhar as investigações.
A Polícia Civil ainda tem dois mandados de prisão em aberto dos empresários Alan Guedes e Robenilson Santos que não foram localizados e são considerados foragidos.
Outro indício de irregularidade, de acordo com a delegada, é que algumas dessas empresas investigadas foram criadas no mesmo período da assinatura do convênio.
Além da Multicomercial, de Ítalo Menezes, a Trapiche Informática, a AMG Informática e a ITPE Informática também são acusadas pela delegada de envolvimento no escândalo e estão sendo investigadas.
De acordo com a delegada Susy Brandão, existem fortes indícios da participação de mais empresas no esquema e a Polícia Federal irá investigar o envolvimento de gestores públicos nas irregularidades encontradas.
“É muito cedo para falar sobre a participação de gestores públicos nessas irregularidades. Já estamos investigando. Encontramos valores que não condizem com os valores de mercado e as empresas de informática fornecendo notas fiscais, inclusive de alimentos”, declarou Susy Brandão.
A delegada não soube precisar o prazo para a conclusão das investigações, mas adiantou que irá pedir prorrogação do tempo para analisar todo o material apreendido pela Operação Prometheus.
*Matéria publicada às 18h50 do dia 02/08.