Polícia

Área 1: delegada afirma que comparsa de Railan planejou o crime e conta detalhes

Tiago Di Araujo / Bocão News
Railan da Silva Santana, de 17 anos, foi morto durante tentativa de assalto a um policial militar  |   Bnews - Divulgação Tiago Di Araujo / Bocão News

Publicado em 25/10/2014, às 06h21   Caroline Gois (Twitter: @goiscarol)


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A delegada Andreia Ribeiro, titular em exercício da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), concedeu coletiva na manhã desta sexta-feira (24) e trouxe detalhes sobre o caso da Faculdade Área 1, que fica na Avenida Paralela, em Salvador. Na tarde da última quarta-feira (22), Railan da Silva Santana, de 17 anos, foi morto durante tentativa de assalto na instituição.
Conforme a delegada, o comparsa de Railan é seu primo, William Souza Santana, de 24 anos, planejou o crime e Railan, por ser menor de idade, teria executado. O objetivo, ainda de acordo com a delegada, era a moto do policial miliar, modelo Hornet, para retirada das peças, devido aos suspeitos já terem um chassi de moto do mesmo modelo. Segundo a delegada, a polícia obteve informações por partes de pessoas próximas ao acusado, que a arma do crime pertence a William, que é estudante do 7º semestre de Direito da Faculdade Ruy Barbosa, que fica ao lado da Área 1.
William foi ouvido informalmente pela polícia e negou a participação no crime, afirmando ter apenas apontado a moto e a vítima, a pedido de Railan. O depoimento oficial deverá ser prestado nesta tarde (24). Por conta do período eleioral - cujo artigo 236 do Código Eleitoral (lei número 4.737/1965) não permite que qualquer cidadão seja preso em até cinco dias antes da eleição e até 48 horas depois - William será monitorado neste período para que não fuja e, após terça-feira (28), ele será custodiado para que se dê prosseguimento nas investigações. 

Apesar do ocorrido, a polícia ressalta que nem William e nem Railan tem passagens pela polícia. Porém, acredita que o crime tenha sido premeditado. 

O crime
Com base nas informações do depoimento do policial militar, Jorge Figueiredo Miranda, 30 anos, a delegada Andreia Ribeiro contou detalhes de como aconteceu o crime. 

Jorge, que é estudante do curso de Engenharia Civil na faculdade, estava de saída da instituição após término das aulas, quando foi abordado por Railan no estacionamento. Armado, o menor apontou a arma para vítima e pediu que a mesma colocasse a chave da sua moto (Hornet) na ignição. Após atender o pedido, o policial revelou que ouviu de Railan que iria morrer por ser policial, pois seu comparsa (William) estava do lado de fora esperando a sua saída. Assustado com a situação, Jorge deixou temporariamente o local, quando engatilhou a sua arma particular que estava na cintura e retornou para abordar o criminoso, que reagiu. Em legítima defesa para não ser atingido, o policial disparou contra Railan e o acertou no braço esquerdo. Atingido, o suspeito correu e se refugiou em um dos banheiros da instituição. Com o objetivo de deixar o local, Jorge se direcionou ao subsolo da faculdade rumo à sala de pós-graduação. Ao passar pela frente do banheiro qeu Railan estava, o suspeito atirou contra o policial, que revidou, atingindo no tórax e na cabeça. 

De acordo com a delegada, Jorge reforçou em seu depoimento que não perseguiu Railan, apenas queria deixar o local e se refugiar por conta do susto. Coincidentemente, encontrou com o menor novamente, quando foi iniciada outra troca de tiros. 

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