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Fraude em licitações: pode ter contratos com Estado e município, diz delegado

Imagem Fraude em licitações: pode ter contratos com Estado e município, diz delegado
Seis pessoas já foram presas. Prejuízo chega a R$ 3 milhões  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 21/10/2014, às 08h22   Caroline Gois (Twitter: @goiscarol)


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Onze empresas que atuavam no mesmo escritório, cujo serviço era prestar mão-de-obra e manuntenção predial, além de serviços gerais. Estas foram o alvo da "Operação A-Gate", deflagrada nesta segunda-feira (20). O grupo fazia simulações para concorrer nos processos licitatórios, enquanto combinavam valores mais altos e garantiam a vitória para as empresas montadas.
A fraude, descoberta no ano passado, teve os seis mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão expedidos e cumpridos hoje. "Este grupo constava que era de Camaçari, Lauro de Freitas e Cachoeira, quando na verdade só havia dois escritórios, ambos em Salvador", explicou o delegado responsável pela operação, Fernando Berdert, em conversa exclusiva com o site Bocão News. De acordo com Berdert, na razão social das empresas existiam vários endereços e estas atuavam em todo Estado prestando os serviços mencionados. "Eles davam lances inexequíveis para ganhar o contrato. Algumas das empresas do grupo eram posteriormente desqualificadas e as que eles queriam ficava. Usavam várias empresas do mesmo grupo que concorriam entre sim", ressaltou.
Ainda conforme o delegado, as investigações começaram a partir da denúncia do Ministério do Trabalho e Emprego (MPTE), que apresentou um relatório à Polícia Federal (PF). "Uma das empresas prestava serviço ao MTE. Quando o órgão foi no local 
indicado no contrato o lugar estava fechado. Havia três empresas que funcionavam no mesmo local, sendo que uma tinha sumido com o contrato", elucidou Berdert, informando que a partir daí as investigações começaram. "Há três esferas. As seis pessoas que estão diretamente envolvidas - todos já encaminhados hoje ao presídio, sendo cinco homens e uma mulher; as pessoas que sabiam das fraudes e eram subordinadas a estas seis e os laranjas que emprestavam os nomes - estes eram empregados ou familiares dos empregados", afirmou o delegado.
As empresas prestavam serviço na capital e interior, "sendo que a maioria prestava serviço para órgãos federais. São muitos contratos e, por isso, não há como afirmar se havia contratos com o Estado e o município. Podem ter estes contratos, mas com o resultado das buscas iremos determinar a extensão real deles e investigar se há contratações estaduais e municipais", reforçou.
Ainda conforme o delegado, o prejuízo direto é de R$ 3 milhões. "Mas, há os prejuízos indiretos como danos pela falta de pagamento de tributos e contribuições previdenciárias e funcionários que não tiveram como receber parcelas rescisórias".
Foram apreendidos malotes com farta documentação, notebooks e computadores. "Iremos agora analisar este material", afirmou o delegado.

Publicada no dia 20 de outubro de 2014, às 17h19

Classificação Indicativa: Livre

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