Polícia

Jornalistas afirmam sofrer ameaças de policiais após caso Geovane

Imagem Jornalistas afirmam sofrer ameaças de policiais após caso Geovane
Sindicato encaminhou alerta à Fenaj e SSP foi informada  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/08/2014, às 12h09   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Jornalistas do jornal Correio e A Tarde afirmam sofrer ameaças por parte de alguns policiais militares que não gostaram nada da cobertura do caso Geovane Mascarenhas de Santana, de 22 anos, desaparecido no dia 2 de agosto. Ele foi visto pela última vez após abordagem de policiais da Ronderp / BTS, quando foi agredido e colocado dentro de uma viatura. O rapaz foi encontrado morto dias depois sem a cabeça e as mãos em uma região do Parque São Bartolomeu. Após investigação do Instituto Médico Legal, foi constatado que os restos mortais eram mesmo o corpo de Geovane.
Segundo a carta da presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), “um dos jornalistas recebeu solicitação para que se identificasse durante entrevista coletiva concedida pelas autoridades policiais, na última sexta-feira (15) e foi surpreendido com a declaração de que ‘é muito bom saber quem escreve sobre a gente’. Repórteres do Correio receberam telefonemas na redação do jornal de dois homens que se identificaram como policiais militares e que parabenizaram pela reportagem, mas alertaram que "todos deveriam ter muito cuidado porque a tropa está com sangue no olho". Fonte de um jornalista também alertou que "a tropa está muito revoltada e era preciso cautela".
Um ofício foi encaminhado pelo jornal Correio ao secretário Maurício Barbosa informando sobre as ameaças.
Para Marjorie, “os jornalistas envolvidos na cobertura realizaram seu trabalho de forma ética e responsável, não generalizando uma ação isolada praticada por um grupo de policiais que agiram contrariando as leis que regulam a atividade da Polícia Militar. Assim, não existe qualquer justificativa para qualquer forma de insatisfação por parte de integrantes da PM, a menos que esses comunguem com atos que vêm sendo investigados e repudiados pela própria corporação. O livre exercício do jornalismo é inerente à democracia brasileira e garantido pela Constituição do Brasil, cabendo às autoridades a garantia de segurança e o respeito à integridade física e moral dos profissionais de imprensa”.

O Sinjorba encaminhou alerta à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) e à Federação de Jornalistas da América Latina e Caribe (Fepalc).

Publicada no dia 20 de agosto de 2014, às 7h28

Classificação Indicativa: Livre

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