Polícia
Publicado em 12/08/2014, às 06h18 Alessandro Isabel ([email protected])
Medo e violência. Essas têm sido as palavras mais pronunciadas pelos moradores do Subúrbio Ferroviário de Salvador nas últimas semanas. A aparente tranquilidade, apesar das ruas movimentadas durante o dia esconde o movimento do tráfico e ação de facções criminosas que atuam, principalmente, durante a noite.
O Bocão News preparou uma série de reportagens motivadas por ações de bandidos que vitimaram comissário de menor, policial militar, jovens e provocaram uma chacina em uma família. Ameaças e torturas também entram no rol dos crimes motivados por domínios de boca de fumo e controle de regiões consideradas estratégicas para as facções. Em quase todos os crimes a droga se faz presente.
As ações recentes apontam para Paripe, Periperi, e Fazenda Coutos. Em todos os bairros existe a ação efetiva de Polícia Militar, mas os moradores e comerciantes reclamam do efetivo considerado pequeno para a abrangência da região que engloba 22 bairros e quase 1 milhão de habitantes.
30 de julho de 2014. O comissário de menor Raimundo Ferreira dos Santos, de 35 anos, foi alvejado por disparos de arma de fogo, principalmente na cabeça. A vítima trabalhava no Conselho Titular de Salvador e foi morto próximo de casa, em Fazenda Coutos.
31 de julho de 2014. O soldado da Polícia Militar Washington Luiz Santos Cruz, 40 anos, morreu no Hospital do Subúrbio. Ele foi baleado durante um assalto que aconteceu na Rua Amazonas, no bairro de Paripe. Washington Luiz foi atingido no tórax e na virilha ao ser abordado por dois assaltantes. O carro da vítima foi levado, mas os bandidos abandonaram em uma localidade conhecida como “Bate Coração”, em Paripe.
1° de agosto de 2014. Jovens são raptados e encontrados mortos. Giesson Vieira Barbosa, 17, Weslei Silva Pinto, 21, Reinaldo dos Santos Alves, 23, e Ivo Rangel Brito da Silva, 19, foram as vítimas. Giesson, Weslei e Ivo foram encontrados mortos, com os braços amarrados para trás, amordaçados, com sinais de tortura e marcas de tiro. Único sobrevivente, Reinaldo afirmou que foi agredido com chutes, murros e coronhadas. Ele foi poupado da morte e muito machucado, recebeu atendimento no Hospital do Subúrbio. Ele acusa policiais civis pelos crimes.
Um adolescente de 15 anos também foi raptado. Ele teve o braço quebrado e passou cinco dias em poder dos ‘homens encapuzados’. O jovem também foi poupado. No mesmo dia 1°, Gleidson de Assis Silva, 20, não teve a mesma sorte. Ele foi executado com tiros na cabeça em Nova Constituinte, comunidade no bairro de Periperi. Homens armados alvejaram a vítima em plena luz do dia em via pública.
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