Polícia

Família acusa seguranças do MAP de agredir homem em terminal de ônibus

Publicado em 11/08/2017, às 17h52   Shizue Miyazono


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Uma família acusa seguranças do Grupo MAP de agressão contra um homem no terminal de ônibus da Rodoviária de Salvador. Ao BNews, Paulo Mauricio Paim denunciou a ação dos seguranças, que culminou na morte de seu irmão, Carlos Paim, no dia 17 de julho. Tudo teria começado em uma sexta-feira, no dia 7, após a vítima sair do trabalho com os colegas. Enquanto aguardava o coletivo, por volta das 22h, ele procurou um lugar para urinar e se afastou dos amigos. Segundo o irmão da vítima, Carlos foi abordado pelos seguranças, que o agrediu com um golpe de cassetete na nuca. Além disso, o homem teria sido chutado já caído no chão.

Luís Carlos Casemiro dos Santos, colega da vítima que a acompanhava, contou que ficou sabendo por usuários do terminal que o amigo estava sendo agredido e, ao chegar ao local, encontrou Carlos caído no chão e quatro seguranças do MAP e um homem armado, que seria policial civil, ao redor dele. Casemiro disse que ainda indagou aos seguranças sobre a agressão, mas os homens teriam reclamado que a vítima estava urinando no local e começaram a xingar.

Segundo Casemiro, ele e outro colega ajudaram Carlos a se levantar e o colocaram em um táxi para leva-lo ao hospital, mas a vítima se recusou a ir para a unidade de saúde. “Ele disse que ficaria bem, que ia melhorar. Eu vi que ele não estava muito bem, ele estava com um hematoma na cabeça muito grande e com o braço doendo”. O colega afirmou que foi deixa-lo em casa, mas sem querer assustar a esposa e a filha com os machucados, ele preferiu ficar na rua com alguns amigos. “Eu peguei um Uber e fui pra casa, essa foi o último contato que tive com ele”, contou.

De acordo com a família, a esposa contou que, após chegar em casa, Carlos começou a perder a memória e não lembrava do que tinha acontecido. Com muita dor de cabeça, ele foi internado no domingo, 9 de julho, no Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu e morreu vítima de traumatismo craniano oito dias depois.

Segundo o advogado Leonardo Falcão Ribeiro, a família prestou queixa na 11ª Delegacia Territorial, de Tancredo Neves, e o caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público. Ele contou que o delegado está dando andamento com a investigação e expediu um ofício para o Grupo MAP se manifestar sobre os funcionários que estavam naquele dia em horário de trabalho, pedindo a escala.
“O que a gente está precisando é de alguma filmagem porque geralmente essas brigas, essas agressões têm filmagens. A gente já foi na localidade, mas não tem câmera de segurança, apenas a da própria rodoviária, mas não tem ângulo para pegar o local (em que aconteceu a agressão)”, disse o advogado.

À reportagem, a Polícia Civil afirmou que a investigação está em andamento e aguarda o laudo médico para saber as causas da morte, pois a vítima só procurou atendimento médico dois dias depois da agressão e é necessário esclarecer o que ocorreu nesse período. A investigação será transferida para a 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central).

A CCR Metrô informou que, de acordo com os colaboradores próprios e terceiros, Grupo MAP, que trabalham na segurança da obra, não houve registro nem conhecimento de nenhum fato no terminal de ônibus da Rodoviária na data citada.

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