Polícia

Após estuprar jovem alegando 'cura gay', pastor é preso

Publicado em 07/08/2017, às 17h20   Redação BNews


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Entidades civis, de Olinda, no estado de Pernambuco, protestam contra um decisão judicial pedindo revogação da liminar que concedeu liberdade a um pastor, que nome não teve nome divulgado, após ele ser acusado de estuprar um jovem que integrava uma Igreja Batista de Rio Doce. O caso ocorreu em dezembro de 2015, mas na última quarta-feira (2) a justiça liberou o religioso.

De acordo matéria publicada pelo iG, em visita ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), nesta sexta-feira (4), a vítima disse está sendo perseguida pelos fiéis da igreja.

Apesar de ter ocorrido em 2015, a vítima só falou a respeito quando, em uma conversa com uma amiga em 2016, descobriu que não tinha sido a única vítima do estuprador. 

Em setembro do ano passado, o MPPE recebeu os autos da Polícia Civil com indiciamento por estupro e fez a denúncia contra o pastor.

Segundo a vítima, o líder religioso foi até a casa dela com pretexto de chamá-la para voltar às atividades de culto, que ela havia se afastado. Usando como justificativa que ele soube que ela estava namorando com outra mulher.

Quanto o ato aconteceu eles estavam sozinhos em casa. O homem puxou a jovem para o quarto e a violentou, alegando que o estupro seria “para ela começar a gostar de homem”. Ela conseguiu evitar a penetração.

Na sexta-feira (4), ela compareceu com seus pais à Sede das Promotorias do MPPE. A jovem se reúniu com a promotora de Justiça Henriqueta de Belli e advogados da Organização Não GOvernamental (ONG) Gestos e do Instituto Boa Vista para falar sobre o caso e entregar uma delcaração de acompanhemnto psicológico, que será anexada aos autos do processo.

“A ideia da reunião foi informar e convocar a sociedade civil, por meio das ONGs que trabalham com violação de direitos humanos, femininos e LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais) e pela imprensa, para dar ciência do julgamento do mérito, que dever ocorrer em breve. Além disso, a audiência do caso ocorrerá ainda esse mês”, revelou Henriqueta.

Segundo a promotora, o pastor teria ameaçado a vítima, ordenando que ficasse calada, já que ninguém acreditaria na versão dela sobre o caso.

"Ela disse que ficou, por meses, tomada por angustia e pânico, escondendo-se todos, até que revelou a duas amigas que a incentivaram a buscar ajuda junto aos pais e polícia", disse Henriqueta ao MPPE.

No entanto, depois de procurar ajuda, a vítima ficou exposta e acabou sofrendo constrangimentos. Ela e a família sofreram na comunidade, igreja e outros locais, através de terceiros e parentes que estavam mandando recados pelo pastor.

O acusado foi preso preventivamente no dia 17 de julho, mas, por efeito de uma liminar, conquistou sua liberadde na última quarta-feira (2).

No relato ao MPPE, a moça chorou muito e se declarou perseguida pelos fiéis da igreja, que defendem o religioso. “Ela conta que vive sendo xingada em locais públicos e até mesmo na escola”, pontuou a promotora.

A jovem denunciou que o pastor tentou atropelá-la há algum tempo. O caso segue em andamento e o acusado vai responder em liberdade.  

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