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Policiais são acusados de matar casal em Placaford

Publicado em 14/07/2017, às 16h14   Shizue Miyazono e Brenda Ferreira


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Quase dez meses após o assassinato do casal Renato Giffoni Habib, 58 anos, e Nélida Cristina Oliveira Habib, 55, dentro de casa, na Rua Encontro das Árvores, em Placaford, bairro de Salvador, o crime foi solucionado. De acordo com o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), José Alves Bezerra, cinco pessoas são suspeitas de ter envolvimento no caso, entre elas, quatro policiais militares e um outro homem. 

As informações foram divulgadas na tarde desta sexta-feira (14) pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Corregedoria da Polícia Militar. Conforme o Bezerra, o crime agora é tratado como latrocínio. Os nomes dos acusados são os PMs Ronaldo Pedro de Souza, Henrique Paulo Chaves Costa, Marcos Vinicius de Jesus Borges Ciriaco, Jonas Oliveira Gois Junior e Diogo de Souza Ricardo.
Os acusados do crime foram indiciados por latrocínio consumado de duas vítimas e latrocínio tentato. O Ministério Público ainda denuncia por organização criminosa, segundo o diretor do DHPP. Dos cinco indiciados, quatro foram presos em dezembro suspeitos de sequestro e extorsão no município de Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
Bezerra explicou que no dia do crime, Nélida tinha saído de casa de carro e foi abordada pelos acusados em uma rua próxima, cerca de cinco minutos de sua residência. Rendida, ela voltou pra casa acompanhada por dois outros veículos, em que estavam os acusados. Após render o casal e o filho,  Bruce Habib, eles passaram a fazer buscas pela casa e questionar a mulher sobre objetos de valores. 
"A suspeita inicial é de que o tiro que atingiu Nélida tenha sido disparado de forma acidental, o que acabou motivando a execução do marido", explicou o delegado do DHPP, José Bezerra. O filho das vítimas, que também estava em casa no momento da abordagem do grupo, conseguiu fugir.
Bezerra contou que o que pode ter motivado os acusados a terem procurado o imóvel do casal é porque Renato guardava dinheiro em casa. "Talvez esse tenha sido o motivo que atraiu essas pessoas que queriam a obtenção de vantagem".
O diretor do DHPP explicou, ainda, que os homens não esconderam o rosto no início da ação, só posteriormente é que eles colocaram as máscaras, o que facilitou o reconhecimentos dos acusados pela vítima sobrevivente.
O tenente-coronel Reni Pereira dos Santos, da Corregedoria da PM, afirmou que dois dos quatro policiais estão detidos no centro de Custódia Provisória, no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. O PM Henrique Paulo está internado no Hospital Aeroporto e Jonas cumpre prisão domiciliar após passar por uma cirurgia. De acordo com Santos, além de responder pelos crimes, os PMs também vão responder ao processo Administrativo Disciplinar. 
O crime ocorreu no dia 25 de setembro do ano passado. Por volta das 17h, homens armados chegaram à residência e renderam a família. Renato Giffoni e Nélida Cristina foram encontrados amarrados, amordaçados e com marcas de tiros na cabeça.
O filho do casal, o estudante de Engenharia Mecânica, Bruce Habib, 25, também estava na residência, mas sobreviveu após o bandido que o rendia se assustar com os tiros disparados em outro local da casa, conforme seu depoimento à polícia. Depois dos assassinatos e a fuga dos bandidos, o jovem pediu socorro aos vizinhos.
Na época, a coordenadora da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/ Atlântico), delegada Andrea Ribeiro, chegou a declarar que o envolvimento de Bruce no crime seria investigado. Ele foi liberado após ser ouvido. Durante o sepultamento do casal, dois dias após o crime, familiares afirmaram acreditar na inocência do jovem. 
Um revólver de Renato sumiu durante o assalto e notas de dinheiro foram encontradas espalhadas pela casa.
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