Polícia

Subsecretário de Reparação da Prefeitura de Salvador é acusado de assédio sexual

Publicado em 17/04/2017, às 18h00   Redação Bocão News


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Estudante e funcionária do Partido Verde baiano, 21 anos, procurou a 7ª delegacia no Rio Vermelho para prestar queixa contra o subsecretário de Reparação da Prefeitura de Salvador, Valcy Evangelista da Silva. Conforme relato da própria funcionária, escrito na terceira pessoa para evitar exposição pública, Valcy a assediava frequentemente.
"Uma estudante e funcionária do Partido Verde decidiu colocar um ponto final em sucessivas manifestações de assédio moral, sexual e psicológico que estaria sofrendo nos últimos três anos na sede do partido, localizada no Rio Vermelho, em Salvador", diz a vítima em relato.
O autor do suposto assédio seria o secretário de finanças da legenda e atual subsecretário de Reparação da Prefeitura de Salvador, Valcy Evangelista da Silva, que teria encurralado, intimidado e apalpado a vítima algumas vezes na sede do PV.
A gota d'água, informou a vítima ao Bocão News,aconteceu quando Valcy ofereceu benefícios à vítima em troca de favores sexuais e colocando em mesa questões pessoais de família onde conseguiu imobilizar emocionalmente a vítima.
Diante do caso, no último dia 5 de abril a funcionária do partido procurou a polícia acompanhada de sua advogada, Rosa Sales. Quatro pessoas depuseram a favor da vítima, todas confirmando os assédios que a jovem sempre relatava ter sofrido.
"Tudo começou com elogios, depois as coisas foram ganhando dimensão, resultando em toques nas minhas partes intimidas e tentativa forçada de beijo na boca trancada na sala dele. Com medo e receosa, relatei o fato a alguns funcionários e aos membros da direção estadual do PV à época, acreditando que poderia ter algum retorno e que os assédios pudessem ser finalizados. Mas as intimidações continuaram e começaram a ser feitas também em público, na vista de outras pessoas”, lembra a estudante.
A vítima também afirmou em depoimento à polícia que os abusos pelo subsecretário de finanças continuaram após Valcy ter assumido interinamente algumas vezes a presidência do partido, o que a deixava ainda mais temerosa de tomar uma atitude.
“Com o passar dos anos, o assédio ficou constante e abusivo. Junto aos elogios ele começou a tentar roubar beijos, a dar tapas em minha bunda, tentar me tocar. Ele chegou a passar a mão na minha região íntima”, conta a funcionária.
A advogada da vítima afirma que o caso também será levado ao Ministério Público Estadual para que tudo seja devidamente apurado e, confirmados os fatos, que sejam aplicadas as punições previstas na Lei.
"De acordo com o artigo 216 do Código Penal, é crime quando a pessoa se aproveita do cargo exercido para retirar vantagem sexual de um subordinado e, segundo relatado pela vítima, ele usou do poder que possuía para fazer com ela cedesse a realização pessoal dele. Assédio sexual e moral no ambiente de trabalho podem render pena de até dois anos de prisão, além de uma indenização à vítima", completou a advogada.
A vítima falou ao Bocão News sobre a importância de sua iniciativa de denunciar o caso: “meu silêncio faria com que continuasse ocorrendo. Minha fala não representa só o que acontece comigo, mas com diversas mulheres o tempo todo”. Por fim, ela pede justiça: “ele não tem como ficar numa secretaria que luta justamente contar o que ele fez. Como filiada eu mereço um retorno”. A titular da pasta do acusado é a secretária Ivete Sacramento. 
A oitiva do acusado que aconteceria na tarde desta terça-feira (18) foi transferida para quarta-feira (19), às 14h, na 7ª Delegacia. Procurado pela reportagem, o acusado disse estar em uma reunião e que só poderia falar às 20h.

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