Polícia

Com 12 vítimas, gêmeas do boa noite Cinderela estavam escondidas em Engomadeira

Publicado em 16/08/2016, às 09h51   Diego Vieira


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Foram apresentadas na manhã desta segunda-feira (15) na sede da Polícia Civil, em Salvador, as gêmeas Maíse e Michele Santos de Araújo, de 23 anos, acusadas de aplicar o golpe 'Boa Noite Cinderela' em pelo menos 12 vítimas na capital baiana. A apresentação foi conduzida pela delegada Francineide Moura, titular da 28ª Delegacia (Nordeste de Amaralina) e pela delegada Fernanda Profírio do Departamento de Polícia Metropolitana (DEPOM) da Polícia Civil do Estado.

As irmãs foram encontradas na noite da última quinta-feira (11) quando chegavam para uma festa no bairro de Jardim Nova Esperança. De acordo com a delegada Fernanda Porfírio, elas começaram a fazer vítimas há cerca de cinco meses, mas a primeira vez que um dos homens procurou a delegacia foi no dia 5 de julho. "Eles se conheceram pelo site de relacionamento Badoo e marcaram um encontro em Itapuã. Chegando lá, ela ofereceu uma bebida para a vítima que bebeu e logo em seguida apagou. Quando acordou ele estava em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), após ter sido socorrido por moradores da região", declarou a titular que informou ainda que neste caso elas teriam roubado celulares da vítima e a quantia de R$ 150 que ele tinha na carteira.
Segundo a delegada Francineide Moura, desde quando foram denunciadas, as gêmeas estavam escondidas na localidade Dois Irmãos, no bairro da Engomadeira sob proteção de traficantes da área. " Através de medidas cautelares, descobrimos que elas estavam escondidas na Engomadeira e partir daí começamos as buscas pelo paradeiro delas. Todo mundo na comunidade sabia que elas estavam lá, mas não podiam denunciar a mando dos traficantes. Chegamos a realizar uma operação no bairro com o apoio do Grupamento Águia da Polícia Militar, mas não conseguimos encontrar a casa do traficante que elas estavam, disse. A titular ainda acrescentou que a pedido dos traficantes, elas mudaram o visual para dificultar o reconhecimento.
Conforme a delegada Fernanda Porfírio, os pertences das vítimas roubados eram anunciados em um site de compras. 

"Todos os produtos subtraídos eram vendidos livremente no site de compras OLX", declarou. Durante os encontros, Maíse e Michele são acusadas de roubarem aparelhos de celular, dinheiro, liquidificador, motocicletas, aparelhos de som e televisão, além de comida e roupas de cama.
Ainda segundo a delegada, elas recebiam ajuda de um homem identificado como Anderson Rezende de Almeida, que era responsável por tira-las do local do crime, transportar o material e também colaborava na comercialização dos produtos roubados. "Anderson vendia vários produtos pelo OLX e também vendia presencialmente. Além disso, ele também ficava com alguns produtos roubados", disse. Apesar de já ter sido identificado e ouvido pela polícia, Anderson continua solto. Além dele um outro receptador já foi identificado, no entanto, ainda não foi ouvido pela polícia. 

CRIMES

Dentre as 12 vítimas identificas, as irmãs são acusadas de matar uma delas. De acordo com a delegada, elas mataram um motorista do Samu identificado como Júlio César Souza de França, 48 anos. A vitíma foi estrangulada com a ajuda de Anderson. O caso aconteceu no dia 1 de abril. "O Anderson participou diretamente do crime. O homem foi morto por que Anderson se interessou pelos pneus e o som do carro  e como a vítima já tinha visto Anderson na casa de uma delas, teria que mata-lo para que ele não fosse atrás depois", contou. O motorista foi encontrado morto dentro de casa em Colinas de Periperi no dia seguinte pelo filho. "A família deu por falta dele e quando chegou até a cade dele, o filho se deparou com o pai morto", disse.
Em um outro caso, a vítima foi esfaqueada pelas gêmeas porque acordou durante o golpe. Segundo a polícia, as mulheres foram convidadas pelo homem para ir até a casa dele na cidade de Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. No local, elas adicionaram uma substância em um suco de maracujá, mas a vítima não ficou totalmente apagada. O homem tentou impedir o roubo e foi esfaqueado na mão e no pescoço. Na ocasião, elas levaram uma TV 32 polegadas, um monitor, um aparelho de DVD, um fogão e dois aparelhos celulares. Ainda segundo a delegada, dias depois, o homem entrou em contato com uma das acusadas e foi ameaçado de morte. Ela enviou uma mensagem para a vitíma através do aplicativo Whatsapp pedindo para que ele não entrasse em contato com a polícia.
Segundo a delegada, um policial militar também foi vítima das irmãs. Após ser dopado, ele teve a arma roubada. "Elas roubaram a arma do policial militar no Cabula e em seguida venderam por R$ 2.500 a traficantes da Engomadeira", declarou a titular.
Mesmo depois das denúncias, a dupla continuava fazendo vitímas. Segundo a polícia, a última mora no bairro de Amaralina. Neste caso, elas conseguiram roubar uma TV 42 polegadas, uma câmera filmadora e um aparelho celular. O crime aconteceu no dia 27 de julho.
Publicada no dia 15 de agosto de 2016, às 14h

Classificação Indicativa: Livre

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