Polícia

Polícia do Rio apura se adolescente foi violentada várias vezes no mesmo dia

Publicado em 04/06/2016, às 07h02   Folhapress


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A Polícia Civil do Rio trabalha com a hipótese de que a adolescente de 16 anos, vítima de estupro coletivo em uma favela da zona oeste, foi violentada em diferentes momentos no dia 22 de maio.

De acordo com policiais, todas as dúvidas da investigação já se esgotaram. Tanto a polícia como a Promotoria entendem que a adolescente foi violentada em diferentes momentos, sendo assim, vítima de vários estupros. Não os estupros considerados convencionais, já que ela não apresentava marcas de agressão. Mas, sim, de atos libidinosos, que pela lei caracteriza estupro.

A polícia descarta aquele estupro tradicional em que a vítima estaria sendo forçada ao sexo, já que a jovem não apresenta marcas de violência pelo corpo. Há o entendimento de que os homens fizeram sexo com a menor quando ela estava desacordada. Há possibilidade de que os traficantes que estavam na boca de fumo, naquela madrugada, tenham participado da violência. Além do dono do tráfico de drogas local, Sérgio Luiz da Silva Júnior, conhecido como Da Russa, outros dois traficantes são procurados pelos policiais.

Para a Promotoria e policiais, o que importa é o momento em que a adolescente está na casa. O vídeo divulgado em uma rede social é a base, assim como os relatos de jovem e dos homens presos até o momento.

A polícia não está interessada em reconstituir na investigação os momentos anteriores à chegada da adolescente no imóvel, conhecido como "abatedouro". Até o momento, a adolescente prestou quatro depoimentos à Justiça. São relatos fragmentados devido à sua dificuldade em se lembrar da violência.

PRISÃO

O juiz Aílton Vasconcelos, da 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá autorizou a liberação do jogador Lucas Perdomo, 20. A decisão aconteceu a partir do pedido da delegada Cristiana Bento, que coordena as investigações. Perdomo deve ser liberado ainda nesta sexta (3). Não há um horário exato, já que depende de oficial de Justiça e do exame de corpo de delito do jogador.

Na tarde desta quinta (2), a polícia ainda pediu novos mandados de prisão: de Moisés de Lucena, conhecido como Canário, e um outro identificado até o momento como Jefinho. Ambos pertenceriam à quadrilha de traficantes do morro da Barão.

Em seu depoimento, a adolescente relata que Lucena a segurou enquanto era violentada. O reconhecimento foi feito pela tatuagem em dos braços do criminoso. Jefinho foi citado no depoimento de Raí de Souza, já preso, como sendo o responsável por fazer o vídeo da adolescente quando ela estava nua e desacordada no interior da casa.

Com isso, passam a ser oito os suspeitos identificados de terem estuprado a adolescente. Três deles já foram detidos: Raí de Souza, 22, Lucas Perdomo, 20, e Raphael Belo, 41. Desses, a delegada Cristiana Bento, que coordena as investigações do caso, pediu nesta quinta (2), o relaxamento da prisão de Lucas Perdomo.

Até agora, os investigadores não tem como comprovar a presença do atleta no momento em que a jovem estava desacordada. Contribuiu para isso, um depoimento prestado à polícia por uma jovem levada pela defesa do jogador. No dia 27 de maio, a jovem passa uma mensagem para a adolescente vítima que nega a participação de Perdomo no crime.

"Está muito no início para afirmarmos que ele é inocente, mas, até agora, a gente não teve provas suficientes da participação dele, por isso, estou pedindo a soltura", disse a delegada Cristiana Bento. "Ele continua envolvido. O caso (inquérito) não acabou", disse.

Ainda há três homens procurados pela polícia: além de Da Russa, Marcelo da Cruz Miranda Correa e Michel Brasil da Silva.

Materia originalmente publicada às 15h do dia 03

Classificação Indicativa: Livre

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