Artistas baianos vieram dar o último adeus ao engenheiro de som José Fernando Gundlach, na tarde desta terça-feira (6), no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas. Luiz Caldas, Book Jones e Renato Fechine estavam entre os colegas de trabalho que vieram se despedir do engenheiro de som.
Desta vez o humor não teve graça no rosto e na fala de Renato Fechine. Durante entrevista a reportagem do Bocão News, o humorista, músico e compositor desabafou sobre a violência a e insegurança. "É muito difícil uma perda como essa. O que a gente tá prestando atenção é que cada dia, a violência está entrando em nossas casas. Não temos o que fazer. Tem que mudar o moldes políticos. Essa lei que um prende e outro solta não resolve nada. No Brasil os governantes só pensam politicamente. A violência se apresenta mais perto e de várias formas, estou preso dentro de casa. Não vou mais a um bar, um camarote porque não me sinto seguro", comentou.
O ex-cantor do Braga Boys, Paulo Roberto Costa, conhecido no meio artístico como “Capitão América” disse que Fernando é a última pessoa que reagiria a um assalto. “Conheço há 20 anos, trabalhamos juntos. Ele era um cara da paz e não reagiria a assalto. Fernando era para alguns como irmão, para outros, pai, e para muitos um mestre”, disse o amigo do engenheiro morto.
Último adeus
Após ser baleado à queima roupa, ele foi levado ao Hospital Geral Roberto Santos, onde durante um ano prestava serviço voluntário entregando sopa a familiares de pacientes.
Durante o velório, amigos da Ong Doutores D’Alma falaram da contribuição de Fernando com a ação. “Oferecemos apoio fraterno e alimento a essas pessoas que ficam na frente do hospital aguardando e acompanhando pacientes e muitas vezes não tem nenhum acolhimento. Fernando participava sempre que podia. Há um ano ele estava na Doutores D’Alma”, disse Paula Moura, uma das integrantes do movimento.
