Polícia

Índice de homicídios no Calabar diminui após instalação de Base

Publicado em 27/04/2015, às 14h23   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O conceito de comunidade expressa bem os laços que unem os jovens alunos das aulas de judô oferecidas pela Base Comunitária de Segurança do Calabar, em Salvador. Jonatas Daltro tem um irmão, Judson, inscrito na atividade, e outro, Joadson, que faz aulas de canto, convidou o amigo Alexandro Rodrigues, agora também um atleta, e assim a cultura do policiamento comunitário vai sendo reforçada no bairro.

A base foi a primeira inaugurada na Bahia, no dia 27 de abril de 2011, devido aos altos índices de violência na região. Como resultado das atividades da unidade - implantada por meio do programa estadual Pacto pela Vida - que oferece cursos, ações na área de saúde, inclusão produtiva, entre outras, nos últimos 12 meses, nenhum homicídio foi registrado no Calabar.

Segundo o comandante da base, tenente Pinho, a relação entre comunidade e os policiais cresce ano a ano. "Temos ações participativas e comemorativas, como o Dia das Crianças, Natal, e estamos cada vez mais próximos. O último homicídio foi registrado aqui em novembro de 2013. Em conversa com moradores, eles dizem que por semana eram quatro mortes. Nos últimos quatro anos houve duas".

Acompanhamento escolar

O professor de Judô Igor Miranda, policial da base, informa que o curso tem 70 alunos e alguns vão fazer a primeira graduação, no dia do aniversário da unidade, para receber a faixa azul. "Isso é resultado de tudo que eles vêm aprendendo e praticando nesses oito meses em que o curso é oferecido". Para ele, com o Centro Pan-Americano de Judô e a Seleção Brasileira realizando treinamentos na Bahia, os jovens têm um exemplo do que é possível alcançar. Segundo o professor, os alunos chegaram com algumas dificuldades de disciplina, mas "como o judô preza muito pela disciplina, os jovens estão mostrando resultado porque querem treinar".

Soldado e também professor de Judô, Kleber Reis diz que ensinar aos jovens é uma oportunidade para ele. "Por meio desse esporte, vamos atendendo também outros aspectos, como o familiar e o educacional, fazendo o acompanhamento escolar e tirando os jovens das ruas". De acordo com o professor, ele sempre afirma aos alunos "que me sinto realizado pela oportunidade de repassar o conhecimento que recebi de forma gratuita há anos. Espero que daqui surjam outros professores que possam dar continuidade a este trabalho".

Aulas de música

Aproximadamente 50 alunos estão inscritos nas aulas de canto e música. O professor de iniciação musical Uilson Silva explica que o curso não tem tempo determinado. "A gente constrói conhecimento dando base musical gradativamente. Turmas novas chegam e os que já estão avançados vão sendo destacados como monitores, ensinando aquilo que aprenderam".

Segundo ele, a filosofia do policiamento comunitário prevê a aproximação entre a polícia e a comunidade. "O projeto tem esse objetivo, trazer a comunidade para a gente. Como eles estão em formação, a ideia não é apenas ocupar o tempo deles, mas também dar uma opção para que sigam na carreira musical".

Bases comunitárias

Com efetivo de 110 policiais militares, que se revezam nos três turnos, a Base Comunitária de Segurança promove o policiamento ostensivo na região. A unidade dispõe ainda de videomonitoramento feito por nove câmeras e três viaturas. Além de proporcionar mais segurança aos moradores, oferece cursos para capacitação, pré-vestibular e alfabetização de jovens e adultos. Também são realizadas ações de saúde e mutirões para serviços como emissão de documentos e cadastramento no programa Bolsa Família. No local funciona o Centro Digital de Cidadania (CDC), que possui dez computadores, conectados à internet banda larga, utilizados por qualquer morador do bairro. Atualmente, a Bahia possui 15 bases, sendo quatro no interior do estado e 11 na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Somente no complexo do Nordeste de Amaralina três bases levam segurança comunitária aos moradores. 

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