Polícia

Moradores da Baixa da Égua apelam por segurança: é tiro todos os dias

Publicado em 21/04/2015, às 20h58   Redação BNews


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Revoltados com a insegurança, moradores de uma localidade conhecida como Baixa da Égua, no Engenho Velho da Federação, em Salvador, procuraram a reportagem do Bocão News nesta terça-feira (21) para denunciar a violência no bairro. 
A moradora Soraia* afirmou que nos últimos dias a insegurança parece ter aumentado.“Desde Sexta Feira Santa nós não temos paz. Todos os dias aqui tem tiroteio, estamos prisioneiros e vivendo amedrontados. Saímos para trabalhar e ficamos com medo de deixar nossos filhos em casa ou até nas escolas. A todo o momento descem e sobem dezenas de homens armados”, lamenta.
Marcos*, também morador, disse que a instalação de uma base de segurança amenizaria o problema. Na capital, os bairros do Calabar, Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Chapada do Rio Vermelho, Fazenda Coutos, Rio Sena, Bairro da Paz, São Caetano, Uruguai e Águas Claras contam atualmente com Bases Comunitárias de Segurança (BCS). “Seria bom que montasse uma base aqui, ou pelo menos que fizessem rondas. Algo tem que ser feito. Você não pode sair à noite porque corre risco de levar uma bala. Precisamos que alguém rogue por nós. Isso [o bairro] está entregue”, dispara.
Já Marta*, detalhou que a violência é motivada pela disputa do tráfico de drogas. “Todo mundo sabe que tem briga de facções. Eles trocam tiros mesmo e a gente tem que se sujeitar. Mas eu que não vou falar quem são porque o governo não me dá segurança para contar qualquer coisa”, diz.
Outra moradora, Eduarda*, diz que existe policiamento na região, mas o problema persiste porque os bandidos conseguem facilidade para deixar a cadeia. “Até tem polícia aqui, o problema é que quem vai denunciar um traficante que mata e alguns dias depois está aqui na comunidade de novo? Você tem um alívio por alguns dias, só que quando está andando nas ruas vê o traficante que ‘toca o terror’ solto”, conta. 
O policiamento da área é feito pela 41ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), comandada pelo major Mario. Em conversa com a reportagem, o major afirma que os policiais militares fazem diariamente incursões no bairro e, às vezes, acontecem prisões e apreensões. “Existe sim e todos os dias combatemos a violência no local, mas infelizmente o problema das drogas é no Brasil inteiro”, observou.
Ainda na conversa, o major confirmou que realmente existe uma briga entre líderes do tráfico no bairro. “Essas brigas acontecem entre duas facções, existe uma rivalidade entre eles, e quando se encontram acontece esses atos violentos”, revela. No entanto, ele ressalta que o problema da geografia atrapalha a ação da PM. “É uma estrutura de favela. O que acontece, a viatura não entra em todos os lugares. Mas nesses locais, os policias desembarcam da viatura e entram. A grande dificuldade do lugar é em virtude da estrutura, da desordem das casas, mas mesmo assim as incursões são feitas e constantemente”, garante.  
*Os nomes são fictícios para preservar a identidade dos moradores. 

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