Polícia

Laudos apontam que os 12 mortos no Cabula foram executados

Publicado em 03/04/2015, às 08h01   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Perfurações na palma da mão, nos braços e antebraços, sendo que apenas quatros dos 12 mortos tinham vestígios de pólvora. Laudos cadavéricos obtidos pelo jornal Correio trazem indícios de que ação policial realizada no bairro do Cabula, no dia 6 fevereiro, foi uma execução. E não um auto de resistência, conforme a versão da polícia. 
Ainda segundo a publicação, a maioria dos mortos apresentava pelo menos cincos marcas de tiros – alguns deles disparados a curta distância, de menos de 1,5 metros. Em um dos casos, as perfurações em um dos suspeitos indicam que o projétil entrou na base da cabeça e saiu pelo queixo.  Além disso, em alguns casos, foram identificados tiros que atravessaram simultaneamente antebraços e braços e um dos baleados levou um tiro na palma da mão.  
Armas e drogas que, segundo a polícia, estavam com os suspeitos
Uma fonte ligada ao caso, ouvida pelo jornal, afirmou que disparos desse tipo indicam que as vítimas foram mortas em posição de defesa e afirmou que há “sinais evidentes de execução”. Um perito baiano, que pediu anonimato, também vê indícios de execução. Sobre os disparos de cima para baixo, ele disse que “isso indica que a pessoa morta está numa região mais baixa do que quem atirou”. “Isso subentende que a pessoa baleada estava deitada, agachada ou ajoelhada”, afirmou, o perito para publicação. 
Para Eduardo Becker Tagliarini,  presidente  do Sindicato dos Peritos Criminais de São Paulo, o fato de corpos apresentarem perfurações de tiros de cima para baixo “apenas indicam que a vítima se encontrava em nível inferior ao do atirador, quando foi alvejada” e que isso, por si só, não atesta que houve execução. 
Já sobre o disparo na palma da mão de um dos mortos, ele comenta que a informação, sem a orientação do disparo e a descrição do ferimento, não atesta tentativa de defesa, “pois ele (vítima) pode ter sido atingido na mão exatamente porque estava segurando uma arma e efetuando disparos”. Tagliarini afirmou, ainda, que 1,5 metro é “longa distância”.
O caso é investigado por meio de inquérito pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), da Polícia Civil, além de Inquérito Policial Militar (IPM) e procedimento investigatório do Ministério Público do Estado (MPE).
Nota originalmente postada dia 2

Classificação Indicativa: Livre

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