Polícia

Multidão vai ao enterro de Kelly Cyclone

Imagem Multidão vai ao enterro de Kelly Cyclone
A patroa do tráfico foi executada quando voltava do Salvador Fest  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/07/2011, às 20h07   Milene Rios


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Kelly, no Salvador Fest, horas antes de ser assassinada

Centenas de pessoas estavam no enterro de Kelly Sales Silva, 22, ou simplesmente Kelly Ciclone, como gostava de ser conhecida. O sepultamento, que aconteceu às 16 horas desta segunda-feira (18), no cemitério municipal de Portão em Lauro de Freitas, foi marcado pela comoção, mas também pelo tumulto. Não só familiares e amigos, mas desconhecidos e curiosos que, mesmo após a morte da garota, queriam conhecer a jovem que estampou capas de jornais e foi destaque em emissoras de TV como Kelly Doçura, a “patroa" do tráfico.




Kelly foi morta na madrugada desta segunda-feira (18), no centro de Lauro de Freitas, municipio vizinho a Salvador. Seu corpo foi encontrado com sinais de perfurações de facas e marcas de tiros. O crime aconteceu após ela sair de uma festa no Parque de Exposições de Salvador, na Avenida Paralela. Kelly negava qualquer envolvimento com o crime e, em abril deste ano, falou com exclusividade ao Bocão News sobre as acusações que que pesavam sobre ela.

 Antonio Carlos, pai de Kelly, inconformado com a morte da filha

O pai da "patroa" do tráfico, Antonio Carlos, apesar de reconhecer as más companhias com quem a filha circulava, garante que a jovem era inocente. “Ela só gostava do pagode dela, nunca fez nada a ninguém, tinha sim um pessoal que ela andava, assim... mas sempre foi uma menina boa, só sei que perdi minha filha”, lamentou. Perguntado sobre o que pode ter acontecido, ele apenas diz que foi mais um crime e que desta vez, a vítima foi sua filha.
Entre os que mais mostravam sentir a morte de Kelly Doçura, destacou-se a irmã, Carla Sales, com quem a vítima andava sempre colada. Além da semelhança física, gostavam do mesmo estilo de música, frequentavam as mesmas festas e tinhas parecidos jeitos de se vestir. Carla, que estava com a irmã no dia do crime, não quis falar com a imprensa, mas pretende buscar em breve resposta para o que pode ter acontecido com a irmã.

Carla Sales chora a morte da irmã

A mãe da vítima, Cida Sales, que já perdeu outros dois filhos envolvidos com o crime, também se recusou a fazer qualquer comentário sobre a morte da filha. Ela mesma tomou as providências para o sepultamento da garota e, apesar de apresentar fraqueza diante do trágico fim da jovem, garante buscar forças por justiça. “Não é fácil , não vou falar, não tenho cabeça para falar, mas depois eu vou falar tudo que eu quero e o que eu tiver sentindo”, disse.

Dona Cida perde terceiro filho para a violência
Ela não era nenhuma artista, mas entre os familiares, amigos e vizinhos estavam dezenas de pessoas que se quer conheciam Kelly Ciclone. “Eu tô aqui porque eu vi na televisão, mas não conheço ela não, agora, eu acho que ela não era o que as pessoas diziam não”, relatou uma mulher que não quis se identificar.
Outro jovem, que preferiu não revelar sua identidade, assumiu a admiração que senti pela jovem apesar de nunca ter tido um contado. “Toda vez que Kelly tava no Se Liga Bocão, eu corria prá ver, ela era linda, não era? Só tinha esse defeito aí, mas tinha tudo prá se dá bem na vida”, disse.

População lota enterro de Kelly Ciclone

Kelly ficou famosa depois de ser presa na festa do pó, na Boca do Rio, há pouco mais de um ano, além de ter feito diversos perfis no Orkut onde aparecia nas fotos segurando armas e dinheiro do namorado, o traficante Sidnei Ferreira. A jovem deixa um filho de seis  anos, fruto do relacionamento anterior a sua relação com o traficante Sidnei que foi morto por um policial à paisana há três anos em um assalto a ônibus na Garibaldi.

Amigos lamentam morte de Kelly

Apesar do envolvimento de Kelly com o tráfico de drogas, a polícia não descarta a hipótese de crime passional, já que antes do assassinato a jovem teria deixado a festa em companhia do ex-namorado, o traficante “Mão”, que não aceitava o fim do relacionamento e teria convidado a vítima para uma conversa. Amigos e familiares devem ser ouvidos na tarde desta terça-feira (19) pela delegada Cristiana Oliveira da 23ª DP de Lauro Freitas.


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Fotos: Gilberto Júnior / Bocão News


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