Está em andamento nesta sexta-feira (29), na 15ª Vara do Fórum Criminal de Sussuarana, em Salvador, a audiência de julgamento de Paulo Gomez Guimarães Filho, o “Paulinho Mega”, de 37 anos, acusado de planejar o sequestro do advogado Ricardo Andrade Melo, em 2014. O crime teria sido motivado para que acusado conseguisse dinheiro para fugir do País, após ser sentenciado a 22 anos de prisão por tráfico internacional de drogas.
Paulinho Mega confessou o crime em setembro 2014 e, segundo disse ao ser apresentado pela polícia, "Ricardo ostentou valores", o que chamou sua atenção. Para se aproximar do advogado, o suspeito alugou um apartamento no prédio em que a vítima morava. Após o sequestro, o corpo do advogado ficou desaparecido por mais de 4 meses, até ser encontrado em uma cisterna em Castelo Branco, bairro periférico de Salvador.
Além do acusado, estavam envolvidos no crime, o pai dele, Paulo Magalhães, 65, que já faleceu, e o comparsa, Arivan de Almeida Morais, apontado como executor do golpe que matou o advogado.
Quando foi preso, Paulinho disse que depois de oito dias de sequestro, Arivan informou que o resgate não havia sido pago e que o advogado já estava morto. Na época, a família da vítima divulgou um cartaz oferecendo recompensa de R$ 20 mil sobre informações de Ricardo
Paulinho Mega já respondeu a processos por estelionato, tráfico internacional de drogas e por envolvimento na morte de duas pessoas: outro vizinho e um amigo de infância. Arivam Morais também aguarda julgamento na prisão. Paulinho Mega foi capturado pela polícia em São Paulo, há dois anos.
Sequestro
Paulinho Mega e o advogado Ricardo Andrade foram vistos juntos, pela última vez, no dia 29 de abril de 2014, em um posto de combustível no bairro da Graça, em Salvador. O advogado acompanhava o vizinho, que informou que iria comprar um carro importado. Horas depois, Paulinho Mega aparece entrando em um posto bancário. Segundo a polícia, ele tentou sacar o dinheiro da conta de Ricardo, mas não conseguiu porque o cartão estava bloqueado. Depois disso, o advogado e Paulinho Mega não foram mais vistos.
A família recebeu um telefonema pedindo resgate e o sequestrador mandou o número de uma conta bancária para depósito. A polícia descobriu que a conta estava em nome de uma criança, filha de Paulinho Mega.
Matéria originalmente publicada às 11h do dia 29 de abril