Cidades

Motorista que atropelou skatistas na rua Augusta se entrega à polícia em SP

Publicado em 26/06/2017, às 16h59   Folhapress


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O motorista que atropelou um grupo de skatistas, no domingo (25), na rua Augusta, centro de São Paulo, se entregou à polícia no início da tarde desta segunda-feira (26). Ao menos três pessoas ficaram feridas, nenhuma com gravidade.
Segundo o delegado Roberto Pacheco de Toledo, que comanda as investigações, José Ariovaldo Ferreira, 55, alegou em depoimento que só entrou na rua Augusta porque a via estava mal sinalizada.
Ele afirmou ainda que teve o carro atacado por um dos skatistas, se assustou e resolveu acelerar, atropelando algumas pessoas. "Ele disse que um skatista bateu no retrovisor dele e deixou o carro muito amassado", afirmou Toledo.
Ferreira, que é servidor público da Secretaria Municipal de Saúde de Itapevi (na Grande SP), disse à polícia que estava acompanhado da mãe, de 80 anos, e de uma amigo, e estava na região para buscar uma amiga, que mora na rua Frei Caneca, paralela à rua Augusta.
A mãe de Ferreira teria sido atingida por estilhaços de vidro por conta do suposto ataque de um dos skatistas ao carro. Segundo o delegado, a mulher teve ferimentos nos dois braços.
O motorista deve ser indiciado pelos crimes de lesão corporal dolosa, periclitação de vida e por fugir do local do acidente. Por volta das 14h, ele ainda prestava depoimento, mas deve ser liberado em seguida, pois se apresentou espontaneamente.
Segundo a polícia, o carro de Ferreira, uma EcoSport, estava em situação irregular, com IPVA e licenciamento atrasados.
Mais cedo, dois skatistas prestaram depoimento no 4º DP (Consolação). João Flávio, que sofreu uma leve luxação nas pernas, chegou mancando à delegacia e disse apenas que a rua Augusta estava sinalizada e informava que a circulação de carros durante a tarde estava suspensa.
ACIDENTE
O atropelamento aconteceu por volta das 10h, quando a rua estava interditada para comemorações do Dia do Skate, celebrado mundialmente em 21 de junho. O evento começou na avenida Paulista e terminaria no Vale do Anhangabaú, também no centro.
Imagens feitas por moradores dos arredores mostram os skatistas descendo a rua e o veículo atingindo diversas pessoas. Uma delas fica sobre o teto do carro –na sequência, um grupo passa a perseguir o veículo.
Segundo Edgar Victor, 42, atendente de uma lanchonete na rua Augusta, o atropelamento começou na altura da rua Marquês de Paranaguá e terminou na esquina com a rua Dona Antônia de Queirós, uma distância de 400 metros.
"O carro veio arrastando os skatistas. Tinha gente em cima do capô. Eles começaram a gritar, jogar skate. Quando o carro chegou aqui em cima, os vidros já estavam quebrados. O carro ficou estragado."
O Corpo de Bombeiros foi ao local e prestou socorro a três homens com ferimentos leves. Uma das vítimas é Gutemberg Araújo, 30, gerente de uma loja de skate na própria rua Augusta. Ele foi socorrido e levado à Santa Casa de São Paulo com suspeita de fratura na perna.
A irmã do rapaz, a advogada Matilde Alves de Araújo, 33, disse no domingo que buscará responsabilizar o motorista nas áreas cível e criminal. "Vou me empenhar ao máximo para descobrir quem fez isso e fazê-lo pagar por isso", afirmou ela. "O que ele fez é uma tentativa de homicídio".
Gutemberg disse à irmã que o carro foi visto minutos antes do acidente pela primeira leva de skatistas que desceu a Augusta. Ele fazia manobras numa rua paralela.
Quando uma segunda turma –na qual estava o gerente– passava pela Augusta, o motorista furou o bloqueio da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e atropelou as vítimas.
A Secretaria da Segurança Pública informou que, até o fim da tarde, o motorista não tinha se apresentado. Segundo a reportagem apurou, o carro continua alienado em nome de um banco, o Finasa. Há duas multas registradas, ambas cometidas neste ano por excesso de velocidade.
No Facebook, mais de 5.000 pessoas confirmaram presença na confraternização itinerante, que começou na avenida Paulista e segue em direção à praça Roosevelt e ao vale do Anhangabaú.

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