Brasil

Jovem vítima de estupro no Rio teria sido abusada por grupos diferentes

Publicado em 04/06/2016, às 17h41   Folhapress


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A Polícia Civil do Rio concluiu que a jovem de 16 anos vítima de estupro no morro da Barão, na zona oeste do Rio, "foi abusada em, ao menos, dois momentos", segundo nota oficial divulgada neste sábado (4). 
Os crimes aconteceram depois que a adolescente saiu de um baile funk na comunidade, na manhã do sábado (21), acompanhada de uma amiga e de Rai de Souza, 22, e de Lucas Perdomo, 20. 
Os quatro saíram do baile para uma casa abandonada na comunidade, onde Souza teve relação sexual com a jovem, e Perdomo, com a outra menina do grupo. Rai está preso temporariamente e é considerado suspeito de ter gravado o vídeo em que a jovem, desacordada, é manipulada sexualmente - ele nega ser o autor da gravação. 
Perdomo também havia sido preso, mas foi liberado nesta sexta (3) após a delegada responsável pelo caso afirmar que não havia "provas suficientes da participação dele" no crime. Ele continua envolvido no inquérito, no entanto. 
Segundo depoimentos colhidos pela polícia, por volta das 10h do sábado (21), a amiga da jovem violentada e os dois rapazes decidiram deixar a casa, mas a adolescente preferiu ficar. 
As testemunhas afirmam que a jovem estava cansada, e que por isso não teria saído com o grupo. Suspeita-se que ela estivesse também sob o efeito de drogas. 
Um grupo de criminosos da região teria encontrado a jovem desacordada e decidiu levá-la para outra casa, conhecida como "abatedouro", também utilizado por jovens do morro para a prática de relações sexuais. 
De acordo com a polícia, o traficante Moisés Lucena, o Canário, foi quem carregou a adolescente para o imóvel. Ele já teve prisão decretada e está sendo procurado. A vítima afirmou que se lembra de acordar sendo segurada por ele e o reconheceu por uma tatuagem no braço. 
Na segunda casa, a jovem teria sido violentada pelos criminosos que a levaram e por outros que passavam pelo local e se juntaram ao grupo. Ainda não há confirmação de quantos homens teriam tido relação com a vítima desacordada. 
Depois do crime, os criminosos abandonaram a jovem no local. À noite, ela foi encontrada por Souza e pelo ex-paraquedista Raphael Belo, 41, que estavam acompanhados do traficante conhecido como Jefinho. 
Foi neste momento que o vídeo divulgado na internet foi gravado. Na gravação, ao menos três homens estão no quarto com a adolescente desacordada e ao menos um deles toca nas partes íntimas da garota. Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar, além da conjunção carnal, atos libidinosos como crime de estupro. É o caso deste ato gravado em vídeo. 
Segundo a polícia, Souza fez as imagens que tornaram o crime público e Belo tirou uma selfie ao lado da jovem desacordada. Ambos estão presos temporariamente e negam terem estuprado a jovem. 
Souza afirmou ter jogado fora o celular em que o crime foi gravado, mas a polícia encontrou o aparelho na casa de um amigo dele. O celular foi aprendido e periciado em busca de mais provas e para definir se a publicação na internet teve origem nele. O resultado da perícia será divulgado na segunda (6). 
Depois de apresentar a narrativa dos eventos, a delegada Cristina Bento afirmou que tem agora o objetivo de identificar todos os autores dos abusos e a participação de cada qual nos crimes. 
Além dos dois suspeitos que estão presos, a polícia procura outros quatro homens.

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