Uma operação da Coordenação de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil desarticulou, na terça-feira (10), uma quadrilha de traficantes responsável pelo sequestro de um casal e de um técnico em eletrônica, ocorridos em julho deste ano. O grupo foi flagrado e preso num barraco da localidade de Parafuso, em Camaçari, quando se preparava para executar mais uma ação criminosa.
Hélio de Jesus de Souza, de 29 anos, Gleiciele Santos Pereira, 20, Moisés da Silva Costa, 28, Alberto da Paz Santos, 24, e mais três adolescentes, dois de 17 anos e um de 16, estavam num imóvel, onde os policiais apreenderam cinco armas – dois revólveres, uma pistola calibre 380, uma espingarda calibre 12 e um rifle calibre 38 -, cinco coletes anti-balísticos, farta munição para diversos calibres e uma balança de precisão.
A quadrilha também é envolvida em roubos de veículos e assaltos a estabelecimentos comerciais, além de ser alvo de investigação pelos homicídios de Caroline Carvalho Santos, 18, morta em janeiro, e de uma mulher de prenome “Lais”, assassinada há 10 dias, cujo corpo foi encontrado enterrado em matagal às margens da Via Parafuso.
As duas mulheres eram companheiras do líder do bando, Jeferson da Silva Pereira, 26, que está preso no Complexo da Mata Escura, desde março, depois de preso por tráfico de drogas. Ele teve o mandado de prisão cumprido na própria cadeia na manhã de quarta-feira (11).
Jeferson mandou executar as companheiras a pauladas e tiros, depois de descobrir que estava sendo traído por “Laís”, cuja identidade ainda é desconhecida. Caroline, por sua vez, foi morta por ter interrompido as visitas que regularmente fazia ao companheiro na cadeia. Outro integrante da quadrilha, responsável por roubar os carros utilizados pelo bando, Marcelo Cerqueira de Araújo, 31, teve o mandado de prisão cumprido também na quarta-feira.
Sequestros - Os delegados Cleandro Pimenta e Marcos Tebaldi, da COE, e o titular da 18ª Delegacia Territorial (DT/Camaçari), William Acham, apresentaram a quadrilha à imprensa, no auditório da instituição, na Piedade, e fizeram um resumo das etapas da investigação. “Oriundos de Salvador e municípios da Região Metropolitana, como Camaçari e Simões Filho, os assaltantes escolhiam seus alvos aleatoriamente e decidiam pelo seqüestro quando percebiam que as vítimas tinham poder aquisitivo”, salientou Tebaldi.
Policiais da DT/Camaçari, que auxiliaram nas investigações para a prisão do bando, vinham monitorando a movimentação da quadrilha, na localidade de Parafuso. Segundo William Achan, dois outros criminosos, identificados como Ademir Paz Santos, o “Aporá”, e Jonata Roberto Silva da Paz, o “Jones”, também integravam a quadrilha e foram mortos em confronto. “Jones” é apontado como autor das mortes de Caroline e “Laís”, a mando de Jeferson.
O grupo seqüestrou um pastor evangélico e sua mulher e, como não receberam resgate, fez saques nas contas das vítimas e compras com cartões de crédito. “No primeiro seqüestro, em 16 de julho, as vítimas ficaram em um cativeiro situado na localidade de Parafuso. Já no segundo, o técnico foi levado para Aratu, em Simões Filho”, pontuou o coordenador da COE, Cleandro Pimenta.
As investigações apontaram que os três garotos apreendidos, e já encaminhados ao Ministério Público, também participavam dos assaltos e seqüestros. Já Gleicilene, também companheira de Jeferson, e outra mulher, já identificada e que está sendo procurada, eram responsáveis por ficar com os reféns, nos cativeiros, e efetuar saques e compras com os cartões das vítimas. Todos serão encaminhados ao Núcleo de Prisão em Flagrante, na Cadeia Pública de Salvador.
