Polícia

Família de Marielle Franco critica decisão da PGR de federalizar investigações

Agência Brasil
Mulher da vereadora disse que famílias das vítimas deveriam ter sido ouvidas  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 18/09/2019, às 06h44   Yasmin Garrido


FacebookTwitterWhatsApp

Após 18 meses do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a última decisão de Raquel Dodge à frente da Procuradoria Geral da República (PGR), que federalizou as investigações, não agradou à família das vítimas. A mulher da psolista, Mônica Benício, chamou a decisão de "preocupante e profundamente desrespeitosa", porque, segundo ela, não houve "sem nenhum diálogo com as famílias”.

Na noite desta terça-feira (17), a PGR oferedeu denúncia contra o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Inácio Brazão, e outras quatro pessoas por suspeita de envolvimento nos crimes. A procuradora-geral também solicitou a abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para apurar se Brazão foi o mandante do crime e a federalização das investigações, que pode tirar o caso da Polícia Civil do RJ e levá-lo para a Polícia Federal.

“Esta denúncia completa aquilo que era necessário, quando, em outubro de 2018, requisitei investigação à Polícia Federal. Havia indícios de que a investigação processada no âmbito estadual não estava seguindo a verdadeira linha apuratória”, afirmou Dodge. Caberá, agora, ao STJ decidir, separadamente, se aceita a denúncia da abertura de inquérito e da federalização.

Conselheiro
O conselheiro Domingos Inácio Brazão é acusado de ter se valido do cargo e da estrutura do gabinete na Corte de Contas para interferir no inquérito original que apurou os assassinatos. A denúncia teve como base as investigações da Polícia Federal no Rio de Janeiro, enviadas à PGR no início deste mês.

Para Dodge, há indícios de que Brazão interferiu no curso das investigações com o objetivo de os verdadeiros culpados pela morte da vereadora e do motorista dela não serem identificados, incidindo a responsabilidade ao miliciano Orlando Oliveira Araújo e ao vereador Marcelo Moraes Siciliano. Na denúncia, a PGR destacou, também, que a Operação Quinto do Ouro, deflagrada em março de 2017 e que provocou o afastamento de Brazão do TCE/RJ, “confirmou o upgrade em sua trajetória criminosa”.

Denunciados:

  • Domingos Inácio Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro
  • Gilberto Ribeiro da Costa, policial federal aposentado
  • Rodrigo Jorge Ferreira, policial militar
  • Camila Moreira Lima Nogueira, advogada
  • Hélio Khristian Cunha de Almeida, delegado federal

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp