Um empreiteiro e um engenheiro foram responsabilizados pelo desabamento do edifício Guaratinga, no bairro do Pernambués, em Salvador, de acordo com inquérito policial do delegado Adailton Adan, titular da 11° delegacia, localizada no bairro do Tancredo Neves, encaminhado nesta segunda-feira (27) ao Ministério Público
O desabamento ocorreu em julho de 2010, matou três pessoas e deixou outras duas pessoas com ferimentos. Os suspeitos são indiciados por homicídio e lesão corporal.
O inquérito indiciou também dois fiscais da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso de Solo do município (Sucom) pelos mesmos crimes, além de prevaricação por negligencia na fiscalização da obra. Segundo o delegado, o laudo da Coordenação de Engenharia Legal do Departamento de Polícia Técnica (DPT) apontou irregularidades na obra e instabilidade no terreno da construção.
De acordo com o inquérito, o principal motivo da queda do prédio foi o subdimensionamento dos pilares. A perícia apontou que o projeto estrutural não estava em conformidade com a norma NBR-6118/2001, responsável pelos requisitos básicos e exigíveis para estrutura de concreto. Além disso, foi encontrado falhas no levantamento topográfico inicial, de responsabilidade da construtora.
O prédio está fincado sobre um barranco de solo argiloso, onde a perícia encontrou ainda a presença de material de aterro como plástico e entulho o que, segundo o inquérito, aumenta a possibilidade de desmoronamento.
Três pessoas morreram na ocasião – Nívea Sampaio Moura, Caio Anunciação Moura e o pedreiro Renildo Gomes Miranda. Duas crianças ficaram feridas, de 7 e 8 anos.
Matéria postada originalmente às 7h38 e atualizada às 15h20
