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Militar é expulsa após criticar a polícia em publicação de vídeo: 'Pedido de socorro'

Arquivo pessoal
Vídeo de 20 minutos publicado pela militar resultou na expulsão da corporação  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 26/09/2023, às 07h44   Pedro Moraes


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Uma soldado foi expulsa da Polícia Militar (PM) devido a uma publicação na internet. Mirella Virgínia, de 25 anos de idade, criticou a corporação por meio de um desabafo. Ela destaca que adquiriu um quadro de depressão grave, além de ansiedade, após um ano de entrada na polícia.

Virgínia, que aparece deitada em sua cama, relatou que era obrigada a trabalhar mesmo com o adoecimento mental. Do mesmo modo, ela também enfatizou, no dia 16 de setembro de 2021, que colegas dentro da PM de Pernambuco passavam pela mesma situação. 

“É uma instituição doente, com jogo de poderes muito grande, composta de pessoas que se superestimam por terem postos superiores, muitas vezes, diminuindo, perseguindo, fazendo pouco caso, humilhando e coagindo aqueles que estão em posto inferior”, citou.

Desde então, a soldado respondeu por processo interno e foi exonerada por meio do Diário Oficial do Estado no último dia 1º de setembro. 

No período, a demissão foi assinada pela então secretária de Defesa Social Carla Patrícia Cunha, que avaliou o crime militar de "crítica indevida" e justificou que o vídeo "gerou uma repercussão negativa no seio da tropa".

“Eu estava em tratamento quando fiz o vídeo. Estava mal, já havia sido hospitalizada, estava afastada das ações. Eu fiz o vídeo porque fui a uma junta médica da própria polícia. Era um pedido de socorro e um grito de alerta”, citou Mirella, em entrevista ao colunsita Carlos Madeiro, do UOL.

Com isso, ela recorreu na SDS (Secretaria de Defesa Social) e aguarda uma resposta. Nas redes sociais, Mirella Virgínia ganhou o apoio do Gajop (Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares), que apoiou juridicamente a causa, encaminhando o caso à assessoria da vice-governadora de PE, Priscila Krause (Solidariedade).

"Se o secretário [Alessandro Carvalho] não acatar, tenho o último recurso administrativo que será endereçado à governadora [Raquel Lyra - PSDB]. Depois, só a Justiça", citou Mirella.

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