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Empresa de treinamento com cadáveres gera polêmica em cidade brasileira

Reprodução/Site Oxe Recife
Instituição de ensino que trabalha com cadáveres levantou questionamentos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Site Oxe Recife

Publicado em 16/03/2024, às 09h24   Pedro Moraes


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O Instituto de Treinamento em Cadáveres Frescos (ITC) ainda não estreou na cidade de Recife, no estado de Pernambuco, mas já deu o que falar. Em fase de implementação no bairro de Parnamirim, a unidade do local intrigou os moradores das redondezas. A instalação do espaço deixou a vizinhança incomodada. 

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Em contrapartida, por meio do site, o instituto garantir ser o primeiro no Brasil com aplicação de treinamento em cadáveres frescos para cursos das áreas médica e odontológica, as informações foram divulgadas pelo blog #OxeRecife. O que despertou a curiosidade dos populares foi o trecho do letreiro com a frase “cadáveres frescos” estarem encobertos com uma faixa.

Para explicar a situação, a gestora do ITC Recife, Nara Aguiar, explicou que o termo faz referência ao tipo de conservação do cadáver.  

“A gente chama de fresco porque a conservação é livre de formol, feita através de congelamento em baixíssima temperatura. [...] Eles vêm dos Estados Unidos e Europa, em transporte aéreo e acondicionamento específico, de acordo com a legislação brasileira. Abaixo de 17 graus”, comentou, em entrevista ao portal g1. 

Ela mencionou que o instituto tem objetivo de educar de forma contínua com peças, palavra técnica para se referir aos corpos ou partes deles, utilizadas em ensino e pesquisa. A ideia é evitar erros médicos e as consequências aplicadas aos pacientes por falta de treinamento eficaz. 

Por outro lado, o ITC não respondeu sobre como funciona o processo de descarte das peças.

A professora Elizabeth Neves, curadora do acervo de cadáveres da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), comentou que essa tática é “insubstituível”, já que “os reflexos da turbulenta história no uso de cadáveres humanos conduziram a necessidade de regulamentar a utilização de corpos para ensino e pesquisas”.

Lei

Conforme descreve a legislação brasileira, a comercialização de cadáveres é ilegal, porém  é possível disponibilizar o próprio corpo, ainda em vida, para ser utilizado em estudos, depois da morte. 

Classificação Indicativa: Livre

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