Por 4 votos a 1, o julgamento do ex-comandante geral da Polícia Militar da Bahia, Antônio Jorge Ribeiro Santana, foi suspenso na manhã desta quinta-feira (16), na Auditoria de Justiça Militar, no Bonfim, em Salvador. Ele foi adiado para o dia 9 de março de 2017. De acordo com a compreensão do júri, houve falta de dados para embasar a denúncia.
Além do oficial, mais 11 pessoas estão envolvidas no caso que movimentava cerca de R$ 1 milhão por ano. De acordo com a justificativa do juíz auditor militar estadual, Paulo Roberto Oliveira, a ausência não "autoriza a condição de validade" do julgamento.
Para o advogado de defesa de um dos acusados, Alano Frank, "toda denúncia foi baseada no laudo de interceptação que deferido pela juíza da 1ª Vara Criminal, mas que não constava na ação penal da vara da auditoria militar, impossibilitando os advogados, o Ministério Público e os juízes de aferir a veracidade e o teor das escutas telefônicas".
É a sétima vez que a apreciação do caso é adiada.
O Caso
Neste processo e o coronel e mais cinco militares são acusados de: violação do dever funcional, fraude em concorrência pública e corrupção passiva, além de envolvimento num esquema fraudulento na compra de viaturas por meio do superfaturamento mediante propina, em especial a negociação de 191 viaturas para a PM, que custaram cerca de R$ 32,3 milhões.
A acusação alega movimentação valor próximo de R$ 1 milhão por ano, transitando por uma de suas contas correntes na suposta compra de gado para abate, tornou coronel da reserva o primeiro oficial militar suspeito de lavagem de dinheiro na Bahia.
O caso veio à tona com o desdobramento da Operação Nêmesis, com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão em residências e endereços comerciais de uma sobrinha do militar e de outros dois homens suspeitos de envolvimento no suposto crime.
Na ocasião em que a operação foi deflagrada pela primeira vez, além de Santana, foram presos os também coronéis Jorge Silva Ramos e Sérgio Barbosa, além de um tenente, um procurador do Estado e outros sete falsos empresários.
Todos advogados dos acusados negam perempitoriamente os fatos e estão convictos da absolvição dos seus clientes.
Com informações e foto de Vinícius Ribeiro
Atualizada às 14h20
Publicada originalmente às 12h
