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Dentista sofre racismo ao usar banheiro de quiosque de praia: 'sua neguinha'

Reprodução/Facebook
A dentista de 24 anos acionou a polícia e o dono do quiosque foi detido  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Facebook

Publicado em 20/10/2022, às 11h08   Cadastrada por Nilson Marinho



Uma dentista negra curtia uma praia com amigas e conhecidas — todas brancas — no último domingo (16) quando resolveu usar o banheiro de um quiosque. Tudo corria bem até Perla Spozito, de 24 anos, ouvir um “neguinha”, que teria sido dito pelo dono do comércio. O caso aconteceu na Praia do Pecado, Macaé, Litoral do Rio de Janeiro.

Em entrevista ao UOL, Perla diz que não estava consumindo bebidas no quiosque, mas que o grupo que ela acompanhava estava bebendo no estabelecimento comercial. Ela diz ainda que não achou que seria um problema usar o banheiro do espaço, até o dono começar disparar frases como “quem é você?”, “olha de onde você veio”, “volte para favela” e “sua neguinha”.

Ao portal de notícias, ela contou que tentou explicar que estava na companhia dos clientes, mas que mesmo assim as injúrias raciais continuaram: "Ele me olhou de cima para baixo. Ele estava com muito ódio e começou a me ofender sem nenhuma explicação”.

dentista vítima de injúria racial quiosque rio de janeiro
O dono do quiosque não teria gostado do fato da jovem usar o banheiro (Reprodução/Facebook)

Racismo

A jovem afirma que, no momento, não conseguiu assimilar que estava sendo vítima de um crime racial e que a sua ficha só caiu minutos depois, quando uma das pessoas do grupo que ela acompanhava usou o mesmo banheiro sem enfrentar qualquer tipo de problema.

"Nunca é fácil reconhecer que você sofreu racismo. Assim como um relacionamento abusivo, é difícil dar nome, afirmar 'sofri racismo agora', contar para um amigo, publicar numa rede social. Mais difícil ainda denunciar, não sabe se vai ser um policial branco que não vai acreditar no que você está contando", desabafou.

Perla acionou a polícia e o dono do quiosque, identificado como José Ronaldo, foi detido em flagrante e autuado por injúria. Ele foi solto após pagar dois salários minímos. A prefeitura da cidade diz que, diante do crime, cassou a licença de comercialização do empresário e lacrou o espaço.

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