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Belga sofre eutanásia após fracasso em operação de mudança de sexo

Imagem Belga sofre eutanásia após fracasso em operação de mudança de sexo
"Ele morreu tranquilamente", declarou o médico  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 02/10/2013, às 08h23   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Um belga de 44 anos sofreu eutanásia na última segunda-feira (30) após uma operação de mudança de sexo que fracassou, e seu médico considerou que o sofrimento físico e psicológico se tornaram "insuportáveis" para o paciente, segundo a imprensa belga.

Nathan Verhelst morreu em um hospital de Bruxelas, na presença de vários amigos, depois de uma longa batalha para conseguir a aprovação do pedido de eutanásia em um país onde a prática é legal desde 2002. "Ele morreu tranquilamente", declarou o médico que o acompanhou. 

Nathan nasceu com sexo feminino, em uma família com três meninos, e se chamava Nancy. Ele foi rejeitado por seus pais, que desejavam mais um menino, segundo o jornal que o entrevistou antes de sua morte. Ele sonhava desde a adolescência poder se tornar homem, e realizou três cirurgias (tratamento hormonal, remoção dos seios e mudança de sexo) entre 2009 e junho de 2012, mas sem que se sentisse satisfeito: seus seios continuavam grandes e o pênis que foi criado "fracassou", explicou.

"Eu havia preparado uma festa para comemorar o meu novo nascimento, mas na primeira vez que me vi no espelho, tive aversão pelo meu novo corpo", contou Nathan. "Tive momentos felizes, mas, no geral, sofri", resumiu, considerando "44 anos é muito tempo na terra".
"Para recorrer à eutanásia, a pessoa deve apresentar um problema grave e incurável que lhe cause sofrimento" pode ser "psíquico ou físico", explica Jacqueline Herremans, membro da Comissão Nacional sobre a eutanásia. "Um primeiro médico avalia o caráter grave e incurável do problema , outro médico, analisa o pedido para determinar se é, por exemplo, uma depressão passageira", acrescentou. 

O debate sobre a eutanásia não terminou, já que o Parlamento belga deve considerar a sua extensão para os menores "capazes de discernimento" e adultos com doenças incapacitantes com o Alzheimer. A grande maioria dos belgas aprova essas mudanças, de acordo com uma pesquisa publicada quarta-feira no jornal La Libre Belgique.

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