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Inferno no ferry continua

Imagem Inferno no ferry continua
Espera nas filas pelo embarque chegam a três horas  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 22/12/2010, às 19h45   Maiana Brito




Apesar de a assessora de comunicação da TWB, Mariana Ramos, ter informado que os horários oficiais estão sendo cumpridos, os passageiros estão enfrentando longa espera nas filas. Apenas duas embarcações (Agenor Godilho Ipuaçu) e estavam operando no começo da manhã, com o apoio do Ivete Sangalo, que entrou com extra às 11h.

Quem conseguiu comprar com hora marcada, está embarcando sem muitos problemas. Para os condutores e pedestres que não compraram com horário especificado, a espera chega a três horas. De acordo com a assessoria, a expectativa é de que, entre o Natal e o dia 5 de janeiro, 45 mil veículos e 350 mil passageiros passem pelo terminal de São Joaquim.

As pessoas que tinham chegado há pouco tempo estavam tranquilas. Em compensação, os primeiros da fila estavam revoltados com demora. Mesmo para quem faz a travessia há anos, ainda não se acostumou. Orlando Gonzaga, 45, que trabalha na Ilha há 14 anos vendendo confecção, o que está acontecendo é uma vergonha. O valor cobrado é alto (entre R$ 3,95 e R$ 42,40), mas o sistema não oferece boas condições. “Ninguém resolve. Vamos apelar para quem? A cidade cresce, a população aumenta, mas o governo não se prepara”.


Joane Lisboa e a família se anteciparam para tentar não enfrentar este transtorno na véspera de Natal, mas não tiveram sorte. De ida para Ituberá, vão emendar com o Réveillon para não ter de enfrentar fila novamente. Para Paulo Souza, 43, o governador é conivente. “Todo ano é a mesma coisa. O fluxo aumenta no verão, mas eles não estão nem aí. Desde que a TWB assumiu, as embarcações só fazem sumir”.

Para os usuários, que fizeram buzinaço em protesto contra a demora e a falta de informações, por volta das 10h, o que está acontecendo é uma vergonha e uma falta de respeito com os usuários. “Parece que o pessoal está de brincadeira com a gente. Imagine no Ano Novo e no Carnaval. Isso vai ficar impossível”, diz Simone Oliveira, 56.

Uns, inclusive, chegaram a afirmar que a postura da empresa que administra o sistema é em retaliação ao corte do governo em relação ao aumento de 50% no valor das tarifas nos horários de pico. Como afirmaram o carreteiro Jaques Silva, 41, que mora na Gameleira, em Bom Despacho, vai e volta todos os dias há 10 anos, e Luís Carlos Carvalho, 56, que comprou o bilhete às 8h27 e às 11h40 ainda não tinha conseguido embarcar.


A partir desta quinta-feira (23), a travessia de caminhões e ônibus está suspensa até o dia 5 de janeiro, para dar mais espaço aos veículos menores. Na segunda-feira, os caminhoneiros fizeram protestos em Bom Despacho, bloqueando a passagem, contra a demora para atravessar e o movimento teve de ser contido pela polícia.

Para os pedestres, a situação é a mesma. De acordo com as pessoas que estavam na fila para comprar o bilhete, a demora era porque os guichês abriam, vendiam para poucas pessoas e fechavam novamente. Hélio Brito, que precisava chegar em Itaparica para resolver problemas de negócios, ficou mais de duas horas na fila aguardando. É o mesmo caso de Rosemeire Assunção, 42, que estava com duas crianças e o marido. “Minhas filhas enjoam, por isso não comem antes de viajar. Mas, demoramos tanto aqui que a mais velha começou a passar mal”.


Enquanto isso, o movimento no terminal marítimo, no Comércio, era tranquilo. Das 12 lanchas, oito estavam operando. Os usuários não encontravam filas e embarcavam imediatamente. Com média de 165 lugares, os barcos saiam com metade da lotação. Solange Bonfim, 60, aposentada, disse que não vai mais pelo ferry, pois além de ser confortável é mais rápido e praticamente pelo mesmo valor (R$ 3,65).

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