O consumo de crack deixou de ser problema das grandes cidades brasileiras e se alastrou por todo o País. Pesquisa divulgada ontem (13) pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostrou que 98% das cidades pesquisadas enfrentam problemas com crack e outras drogas. O estudo foi feito em 3.950 (71%) dos 5.563 municípios brasileiros.
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkosky, afirmou que há uma estimativa de que haveria 1,2 milhão de pessoas consumindo crack no Brasil. Ele criticou o Programa Nacional de Combate ao Crack, lançado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não surtiu efeito.Não houve nada de efetivo”, afirmou. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) não se manifestou sobre as críticas.
Segundo Paulo Ziulkosky, o Brasil "não tem política de enfrentamento ao crack" e o Programa Nacional de Combate ao Crack, lançado em maio deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não surtiu efeito".
"Um programa foi lançado na marcha dos prefeitos, em maio, e ele já foi extinto agora em 29 de novembro. Terminou. Um programa de R$ 482 milhões, é um gesto que o governo tomou, mas é um programa que não aconteceu, praticamente nenhum centavo chegou para o combate do uso ao crack", disse Ziulkosky.
Ainda segundo o presidente da CNM, "falta ao país uma estratégia para o enfrentamento do crack, não há uma integração entre União, estados e municípios, isso é o que mais nos preocupa", disse o presidente. "Não houve nada de efetivo neste programa. O que eu estou dizendo é que ainda não há nada de real".
Convênios
Segundo a pesquisa, somente 134 municípios declararam ter firmado convênio com o governo federal no âmbito do Plano Nacional de Combate ao Crack. A maior parte dos pesquisados, de acordo com a CNM, não encaminhou ou não teve projeto aprovado.
Segundo a CNM, os editais para que as prefeituras pudessem se habilitar a receber recursos do programa foram lançados no início de novembro, e o prazo para a apresentação dos projetos terminou no dia 29 de novembro.
A CNM criticou também o fato de o plano de combate ao crack ser voltado apenas para cidades com mais de 20 mil habitantes. Para os municípios com menos de 20 mil habitantes, segundo a CNM, foi disponibiizada somente a possibilidade de implantação de núcleos de apoio à saúde da família.
Ainda de acordo com a pesquisa, apenas em 8,43% das cidades pesquisadas há programas municipais de combate ao crack. Em 48,15% dos municípios pesquisados, estão em andamento campanhas de combate ao crack. As informações são do G1.
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