O ano de 2011 está chegando ao fim com um balanço negativo no número de acidentes registrados na construção civil. Segundo Erisvaldo Pereira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Bahia (Sintracom/Ba), os registros são alarmantes com relação ao ano passado. "Em 2010, ocorreram 108 acidentes com oito operários mortos, já este ano, 18 já morreram em 96 ocorrências", revelou Pereira.
Para o diretor, o número elevado de óbitos se deve "à falta de investimento em segurança do trabalho", afirmou. "Estamos fazendo campanhas desde agosto mas, os patrões não estão preocupados com o trabalhador e quem sofre com tudo isso são as famílias", concluiu.
Entre as tragédias que aconteceram este ano - está a que matou nove operários numa construção da Avenida ACM, em 9 de agosto, chocou a capital e o país.
O elevador do Edificio Comercial II, que estava em construção, caiu do 22° andar. De acordo com testemunhas, o cabo que sustentava o elevador se rompeu. Antônio Reis do Carmo, Antônio Elias da Silva, Antônio Luis Alves dos Reis, Hélio Sampaio, José Roque dos Santos, Jairo de Almeida Correia, Lourival Ferreira, Martinho Fernandes dos Santos e Manuel Bispo Pereira foram as vítimas da tragédia.
Já em novembro, o operário José Carlos de Jesus, 41 anos, teve o corpo perfurado por um ferro, em um acidente de trabalho de obra da construtora PDG, no bairro de Brotas. A equipe do
Bocão News foi até o local e conversou com colegas de trabalho de José Carlos que não quiseram se identificar. O homem foi atendido por agentes do Corpo de Bombeiros. Na primeira vez que a equipe esteve no local, tentamos conversar com o mestre de obras que não se identificou e preferiu não falar sobre o assunto.
E nesta quarta-feira (14), mais um trabalhador entrou para as estatísticas. Edson Cordeiro Soares, de 59 anos, morreu soterrado após um prédio antigo que passava por reformas desabar, no bairro da Barra. O homem ficou soterrado por cerca de cinco horas.
Infelizmente, o medo vem tomando conta dos familiares e trabalhadores - que não saem mais rumo às obras para cumprir mais uma construção. Agora, são personagens de uma realidade cada vez mais vivida e que apenas pede o básico para que se realize um bom e digno trabalho - segurança.
Fotos: Roberto Viana e Gilberto Junior // Bocão News
Nota publicada às 18h40 de quinta (15) 
