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Anúncio do prefeito surpreende

Publicado em 05/11/2010, às 22h04   Ivana Braga



A transferência do Terminal Rodoviário de Salvador para o município de Simões Filho, distante 20 km da capital, anunciada nesta sexta-feira (5) pelo prefeito da cidade, Eduardo Alencar (PSDB), durante almoço com a imprensa, é desconhecida para o presidente da Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico Ltda. (Sinart), Marcos Pedreira.

Segundo anunciou Alencar, a rodoviária será instalada em uma área entre o Corpo de Bombeiros e a Ceasa local. A transferência para Simões Filho resolveria os problemas de trânsito nas proximidades do Iguatemi, geraria inúmeros empregos e ajudaria a dinamizar a economia do município. O prefeito não informou o prazo para a transferência e construção do novo equipamento.

Mesmo desconhecendo o assunto, o presidente da Sinart, empresa que administra o Terminal Rodoviário de Salvador, e o prefeito de Simões Filho concordam em um aspecto: os benefícios que a mudança da rodoviária traria ao trânsito da região do Iguatemi, onde está localizada a estação. “Há muita especulação sobre a retirada da rodoviária daquela área, mas essa de ela ser instalada em Simões Filho eu desconheço”, disse Pedreira.

Pedreira entende, no entanto, que o momento não é propício para a mudança e que transferir para o outro município seria muito prejudicial para a população devido à distância do centro de Salvador. “A tendência é que mais cedo ou mais tarde ela seja transferida para outra área, isso é certo. Eu já tenho projeto para me instalar em Pirajá, como foi cogitado e que eu considero ser o local ideal”, assinalou.

Sobre o momento ser inoportuno, o presidente da Sinart explica que os órgãos governamentais sabem da queda do fluxo de passageiros que vem se registrando na rodoviária devido principalmente, avalia ele, à clandestinidade. 

Diante do problema, a transferência nesse momento para um local tão distante, seria prejudicial. “Tem que ser observada a questão da segurança dos usuários e do custo para eles”, defende. Para Marcos Pedreira, a distância vai aumentar a clandestinidade que hoje já é grande e causa sérios prejuízos aos cofres públicos, além de colocar em risco a vida do passageiro.

Apesar das avaliações, o presidente da Sinart mostra-se tranquilo quanto à sua permanência na administração do equipamento. Seu contrato com o governo do estado, com dez anos de vigência e renovável por mais quatro, ainda está longe de vencer (ele tem mais seis anos pela frente). E prevê a mudança. “Acho mais viável Pirajá, mas estou pronto para me mudar para onde a rodoviária for”, diz.

Os inconvenientes de transferir a rodoviária para Simões Filho são inúmeros e não trazem nenhum benefício ao usuário. No entanto, em terra de amigos, ser irmão do vice-governador deve pesar na balança na hora da decisão. Se o prefeito Eduardo Alencar anunciou, a informação não deve estar longe de ser verdade.

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