Improdutiva e tensa. Para Geil Soares, coordenador geral do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindseps), esse foi o diagnóstico da reunião com a Seplag (Secretaria Municipal de Planejamento, Tecnologia e Gestão) com a comissão dos grevistas, realizada às 10h, desta terça-feira (19).
"A reunião contou com a presença de um coronel da Polícia Militar, responsável pela segurança do Prefeito. Portanto, a mesa de negociações iniciou com uma postura de intimidar os servidores", conta Geil.
De acordo ainda com ele, o prefeito João Henrique Carneiro manteve a proposta de viabilizar apenas R$ 30 milhões para o Plano de Cargos e Vencimentos dos servidores municipais. Para facilitar a negociação, a contraproposta do Sindseps de R$172 milhões caiu para R$97milhões a serem pagos em três vezes durante dois anos.
"A proposta da prefeitura é vergonhosa diante das defasagens históricas que os servidores municipais têm sofrido no seu Plano de Cargos e Vencimentos. A insistência de João Henrique é um desrespeito a classe trabalhadora e a população", afirma Geil Soares.
Em nota, a Prefeitura de Salvador afirmou que ofereceu ao Sindiceps um aumento de 5,79 % retroativo a maio deste ano de 2011 e um estudo mais detalhado para a elaboração do Plano de Cargos e Vencimentos (PCV).
“Reafirmamos a proposta de reajuste que é o máximo que podemos atingir, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, além de um estudo bem elaborado para apresentarmos o PCV”, ratifica o secretário da Seplag, Reinaldo Saback.
Segundo a prefeitura, a exigência dos servidores é inviável por desconsiderar a política de contingenciamento municipal. Conforme a nota, a contraproposta do Sindseps "infringe a determinações legais e não reduz o impacto nos cofres públicos".
“O município passa por um processo de contingenciamento, que implicou no estabelecimento do turnão, na redução em 46% dos gastos com terceirizados, corte do número de veículos alugados, de telefone e de outras despesas, para equilibrar as contas. Portanto, a proposta dos servidores ultrapassará o limite prudencial estipulado na LRF”, observa Saback.
Segundo a pretensão do sindicado, a prefeitura deveria repassar R$ 53 milhões em janeiro próximo, R$ 22,5, em junho, e R$ 22,5 milhões em janeiro de 2013. Diante do impasse, os grevistas continuam acampados na Câmara dos Vereadores, com assembléia já marcada para às 18h desta terça.
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