Delações são absolutamente inconstitucionais, afirma Kakay

O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, representante da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), e do senador Edison Lobão (PMDB-MA) no caso conhecido como 'petrolão', acredita que "as delações são absolutamente ilegais e inconstitucionais". Classificado como o 'resolvedor-geral da República', por ser requisitado por diversos políticos, o jurista defende que as denúncias investigadas na Lava Jato não se tornem um espetáculo.

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Crítico das delações ao questionar a interferência do Ministério Público na revogação de prisões, o advogado diz que espera não precisar tentar anular o processo diante da fragilidade das denúncias. "Se o Poder Judiciário analisar com técnica e isenção terá que anular diversas delações. As delações tal com estão postas são absolutamente ilegais e inconstitucionais", afirma Kakay, ressaltando, com base no Termo de Delação, que "só o juiz pode colocar pena". 

Sobre a lista apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o jurista acredita que Rodrigo Janot se precipitou no anúncio. "Se o Janot tivesse tido o cuidado de ouvir as pessoas antes, eu tenho a impressão que esta lista de inquérito seria muito menor", frisou em entrevista à Revista Veja.

Questionado sobre a possibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvir o apelo popular, que pressiona contra as denúncias de corrupção e se opõe ao governo Dilma Rousseff, Kakay defende que o julgamento do processo seja realizado do ponto de vista técnico, apesar de reconhecer a influência do cotidiano na vida dos ministros.  

“Julgar um processo ouvindo a voz das ruas é um escárnio”, opinou, mesmo reconhecendo a legalidade da expressão democrática. Ele ainda se mostrou ponderado quanto às mobilizações organizadas através das redes sociais, que ele considera uma “mídia sem rosto”.