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Julio Camargo admite ter pago R$ 12 milhões de propina a ex-diretor da Petrobras

Publicado em 04/02/2015, às 06h22   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



O consultor Julio Camargo afirmou em depoimento prestado nesta segunda-feira (2) em Curitiba ao juiz Sérgio Moro e a procuradores do Ministério Público Federal que atuam na Operação Lava Jato, que pagou R$ 12 milhões de propina ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente da estatal Pedro Barusco.
Segundo Camargo, na ocasião executivo da Toyo Setal, uma das empresas fornecedoras da Petrobras, disse que a propina foi cobrada sobre um contrato de R$ 2,4 bilhões para fornecimento de coque e ácido sulfúrico para a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR).
Camargo afirmou que a "regra" de pagamento de propinas para obtenção de contratos era de 1% sobre o valor do contrato.
"Mas isso aí era muito flexivel e muitas vezes isso era negociado, e no meu caso sempre negociei para menor, nunca para maior", disse. "Eu paguei em torno de R$ 12 milhões", afirmou Camargo, que fez acordo de delação premiada com o MP.
De acordo com o consultor, somente quem pagava a propina conseguia contratos nas áreas de abastecimento e de engenharia da Petrobras.
"Havia uma regra do jogo. Se o sr. não pagasse propina nas áreas de engenharia e de abastecimento, o sr. não teria sucesso ou o sr. não obteria seus contratos na Petrobras", afirmou aos investigadores.
Segundo ele, parte do dinheiro da propina era pago no Brasil e outra parte noutros países. "A maioria dos pagamentos, feitos no exterior, em contas indicadas no exterior, e outra parte em reais aqui no Brasil", declarou.
Nota originalmente postada dia 3

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