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Olheiro troca a bola pelo apito e trasforma sonhos em realidade

Imagem Olheiro troca a bola pelo apito e trasforma sonhos em realidade
DBAF visitou o Bocão News na tarde desta segunda-feira (9)   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 09/07/2012, às 18h54   Caroline Gois Twitter (@goiscarol)



O que você quer ser quando crescer? Se esta pergunta tiver entre as respostas a palavra - jogador, certamente esta seria a afirmação marcada. O sonho de muitos meninos e até meinas em se tornar um grande craque do futebol, fez com que o árbitro Rildo Gois seguisse o caminho contrário - e, analisando o mercado no qual atua há mais de 15 anos, ele não hesitou em criar um projeto no qual a bola dá lugar ao apito.
Desde 2000, ano em que o projeto foi criado, Rildo fomenta na vida de jovens entre 10 e 17 anos a possiblidade de iniciarem na carreira de árbitro, abrindo portas que antes eram impossíveis de serem alcançadas. "O objetivo é provocar este jovem para a vontade de ser árbitro. Normalmente, todos querem ser jogadores. Mas, quando incentivamos à prática a coisa muda", contou Rildo que, na tarde desta segunda-feira (9), visitou a redação do Bocão News com o seu aspirante, Luanderson Lima, de 17 anos. 
Aos 12, o menino começou a frequentar as aulas, que acontecem aos sábados - de 8h30 às 11h30, no campo do Colégio Parque, no bairro do Saboeiro, em Salvador. "Sou apaoxonado por futebol", disse o jovem, já bem articulado com as palavras.
No projeto - que hoje conta com 40 adolescentes entre meninos e meninas, eles não pagam nada. Basta ir, ter atenção e aprender como ser um árbitro de futebol. "O mais difícil é manter a concentração e a atenção. O árbitro tem que ter um bom psicológico para fazer um bom trabalho. Algo que seja marcado com a certeza do lance não é um problema", afimrou Luanderson - já se mostrando entendido. Não é à toa que, atualmente, ele já compõe o quadro de árbitros da Federação Baiana de Futebol (FBF).
Dificuldades
Rildo relatou ao Bocão News que é importante conseguir patrocínios para manter a DBAF. "Já contamos com o apoio importante da FBF, bem como do Colégio Parque, que nos concede toda estrutura. Já tivemos outros colaboradores mas, é importante termos apoio para mantermos os uniformes, alimentação e transportes dos alunos. Hoje, tiro de meus recursos pessoais e sinto não poder ajudar sempre a todos", disse.
A DBAF 
Divisão de Base de Árbitros de Futebol – é um projeto pioneiro no futebol brasileiro que visa fomentar em crianças e jovens o desejo pela atuação no ramo da arbitragem por meio de um trabalho intensivo de formação de base sobre os conhecimentos teóricos e práticos sobre as regras do futebol e suas peculiaridades. Esse projeto comandado pelo árbitro Rildo Góis – Formado pela UCSAL (Universidade Católica de Salvador) e pela FBF (Federação Bahiana de 
Futebol) – visa, além de formar árbitros de futebol de qualidade, atuar como ferramenta de inserção social por meio do esporte.
Ganhando o país
O projeto ganhou destaque na última Avaliação Nacional para Árbitros, promovida pela CBF em Salvador, entre os dias 14 e 16 de maio deste ano. Durante uma palestra para os baianos do quadro nacional de arbitragem, o instrutor da entidade máxima do futebol no país, Sérgio Cristiano, foi apresentado à DBAF.
Na oportunidade, Cristiano se tornou mais um colaborador e prometeu doar 30 livros de regras 2012, além de materiais para árbitros ao curso. Em breve, a DBAF fará uma visita à sede da CBF, no Rio de Janeiro, com intuito de sugerir que o projeto pioneiro sirva de modelo para implantação nos demais Estados do país.
Para o jovem Luanderson, o que importa agora é seguir em frente e apitar grandes partidas. "No Brasil, quero ser árbitro do Fla-Flu. Já na Bahia, quero apitar o clássico Ba-Vi", disse o 1º aluno da DBAF, que já teve a oportunidade de apitar o Ba-Vi, ainda que o da equipe sub-12.
E para não fugir à regra, nossa equipe de reportagem não podia deixar de perguntar: "Luanderson, você é Bahia ou Vitória"? E já com uma cautela de profissional para responder, ele desconversou e sorrindo deixou escapar a preferência: "Sou....não tenho time". 
Rubronegro ou tricolor, é certo que Luanderson e os mais de 30 jovens que fazem parte do projeto torcem para o mesmo time. O de transformar o sonho em realidade - chutando a desigualdade e apitando um novo recomeço.
Para ajudar a ADBAF ou participar do projeto, basta ligar: (71) 8830-4279.

Matéria originalmente publicada às 16h29 do dia 09/07.

Fotos: Roberto Viana// Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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