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Candidato fala de projetos e garante não ter compromissos com atual diretoria

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Marcelo Sant'Ana concedeu entrevista e esclareceu questionamentos da torcida   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/11/2014, às 11h19   Redação Galáticos Online


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Candidato à presidência do Bahia na chapa "A vez do futebol", o jornalista Marcelo Sant'Ana foi o entrevistado do repórter Márcio Martins, no programa Arena Transamérica desta quarta-feira (26). O postulante esclareceu questionamentos dos torcedores e falou de alguns dos seus projetos.

Logo de início, Sant'Ana desmentiu os boatos de que seria candidato da atual diretoria e garantiu não ter nenhum compromisso com os atuais dirigentes do Tricolor. "Não tenho nenhum compromisso com a atual diretoria do Bahia. Não faço questão de manter nenhum dos diretores da atual administração em eventual triunfo que eu tenha nas urnas. Sou um candidato independente. Tenho apoio da Revolução Tricolor, que o meu vice, ou sub, Pedro Henriques, faz parte, mas eu sou independente. Não faço parte de nenhum grupo político do Bahia e nem de partido político. Eu tive, por oito anos, uma coluna no Jornal Correio, de onde estou licenciado. Eu fui crítico dessa diretoria que está aí, é só pegar minhas colunas e ler, façam isso. Agora, as pessoas não aceitam um jovem de 33 anos, como eu, querer ser presidente do Bahia e bancar uma campanha independente. As pessoas cobram reforma do futebol brasileiro, cobram mudanças em Federações, na CBF, mas quando tem um jovem disposto a mudar, ficam chocadas. Então, as pessoas querem mudar ou não querem?".

O candidato também comentou sobre os apoios que tem recebido à sua candidatura, principalmente o do atual assessor da presidência, Sidônio Palmeira, o que causou incomodo em alguns sócios. "Não tenho vergonha nenhuma de citar as pessoas que me apoiam, e apoio é questão voluntária. Quem quiser dizer que me apoia, não posso impedir. E as pessoas que estão me apoiando são pessoas honestas, que tem sucesso nas vidas profissionais. Por exemplo, o Carlos Rátis, que foi o interventor, me apoia. Que interesse ele tem no Bahia? nenhum. É uma pessoa bem sucedida profissionalmente. E não tenho compromisso nenhum com o cunhado (Pablo Ramos) dele. Sidonio Palmeira é um caso que gera muita confusão. Mas, não podemos negar que ele teve um papel importante na luta pela democracia. Se hoje temos essa discussão importante, esse debate, ele teve um papel importante nisso. Agora, não sou candidato aproveitador, que esconde as pessoas que o apoiam. Poderia omitir algumas pessoas que me apoiam por medidas eleitoreiras, mas não faço isso. Outra pessoa que me apoia é o Guilherme Belintani (secretário municipal de cultura). Que interesse ele tem no Bahia? nenhum. Emerson Ferreti (ex-goleiro e atual presidente do Ypiranga) também, me ligou e disse que eu sou um dos dois candidatos que ele vai ter orgulho se vencer a eleição. Quero que as pessoas tenham esse discernimento. Uma pessoa apoiar a outra não significa que ela terá cargo. Sidônio Palmeira não terá cargo nenhum na minha diretoria caso eu seja eleito, é um compromisso meu e o torcedor pode gravar. E esse cargo que ele ocupa hoje, de assessor da presidência, eu acho um absurdo, é incompatível. Agora, tem gente que não quer entender. E pelo que estão espalhando por aí, todo mundo está me apoiando, é como se eu fosse o único candidato que tem apoios. Só que eu assumo os apoios que tenho, diferente de outros candidatos que escondem os apoios que têm tido".

Ainda sobre os adversários, Marcelo fez críticas à ausência de projetos de alguns para o Esquadrão. "Tem candidato que não tem nem plano de gestão. Como uma pessoa quer se candidatar à presidência do Bahia e não tem um plano de gestão para o clube? Tivemos um ano de mandato tampão para que fossem feitos planos de gestão, e tem gente que não conseguiu fazer nem durante esse período de um ano".

Outro assunto polêmico que toma conta das discussões entre torcedores é a questão financeira. O presidente do Bahia, hoje, não é remunerado e precisa se dedicar ao clube. Marcelo, que atuava como jornalista do Jornal Correio, também garantiu que isso não será um problema.

"Eu, graças a Deus, venho de uma família de excelente condição financeira. Questão financeira não é determinante na minha candidatura a presidente do Bahia. Ninguém é louco de aceitar ganhar um salário para o Bahia ser prejudicado. Houve uma modificação na lei para que o presidente do Bahia possa receber até 70% do maior salário do funcionalismo público, que hoje é de R$ 29 mil. Então, o presidente do Bahia poderia ganhar, no máximo R$ 20 mil. Mas, isso tem que passar pelo Conselho, que aprovou um salário de R$ 30 mil e não pode. Além disso, o Bahia fez uma consulta à Receita para saber se isso realmente pode acontecer, mas precisa ter a resposta documentada, não adianta o órgão responder de boca. Mas, digamos que seja possível e aprovado esse salário de R$ 20 mil, que é bruto, importante dizer isso. Para um jovem de 33 anos, um salário de aproximadamente R$ 14 mil líquido seria absolutamente compatível. Agora, para um presidente de 50, 60 anos, com família, filhos, será que é um bom salário? Porque lá no estatuto diz que o presidente tem que ter dedicação exclusiva ao Bahia, ele precisa dedicar seu tempo ao clube. Eu tinha proposta para dar aula em universidade, em cursos de pós-graduação, e nem isso posso. Eu posso abrir mão disso tudo, mas será que um candidato com outras responsabilidades, como família, filhos, pode?".

Sobre possíveis profissionais para compor a diretoria caso seja eleito, Marcelo Sant'Ana revelou já ter contatos com um diretor de futebol e defendeu que o nome seja de fora do Estado. "Eu, se eleito, vou trazer um gestor de fora, porque acho que, nesse momento do Bahia, o momento que o clube passa, não há ninguém no mercado local preparado para gerir o futebol do clube, não há ninguém pronto. Esse profissional, e eu já tenho dois que gostaria muito, e inclusive já conversei com um deles, tem que ter bons trabalhos comprovados em clubes grandes sem precisar ser um medalhão, que é cheio de vícios. Tem que ser uma pessoa que traga credibilidade ao Bahia no mercado num momento ruim como esse que o clube passa. Agora, pretendo sim, se for eleito, colocar um profissional local para auxiliar esse gestor de fora. Essa pessoa seria preparada para ser o futuro gestor do Bahia. E o profissional local, também, já conhece o DNA do clube, sabe o tipo de jogador que tem a cara do Bahia e o que não tem. Ele pode chegar para o gestor e dizer: 'não traga esse, pois ele não tem o perfil do Bahia'. Essa junção de profissionais é importante".

Já sobre mudanças no quadro de funcionários e no elenco de jogadores, o candidato afirmou que é preciso ter calma para não prejudicar o clube financeiramente. "Tem funcionário ai de cargo de operação, de trabalho do cotidiano, que não tem culpa pelo que está passando o Bahia. Errado é o Bahia contratar 26 jogadores em um ano, ter quatro diretores e terminar com um interino, ter três técnicos e terminar com um interino, que é o Charles. Isso é errado. Não posso falar da questão de jogadores nesse momento, pois o Bahia ainda não caiu. Não posso atrapalhar nesse momento. Agora, tem atletas no Bahia que têm contrato até 2017, 2018. Se você chega agora e diz que vai tirar todo mundo, limpar tudo, eles nos colocam na Justiça e teremos que pagar multas astronômicas. Se não tiver acordo, tenho que pagar 100% desse contrato, que ele tem direito e de imediato. O Bahia não tem condição financeira para isso. Então, não posso cometer esse crime de chegar aqui e dizer que vou tirar todos os jogadores que estão no Bahia. Isso é uma irresponsabilidade com as finanças do Bahia".

Propostas e pretensões para as divisões de base e o CT Cidade Tricolor também foram abordadas pelo postulante ao cargo de presidente. "O Bahia Trouxe três laterais direitos esse ano e quem joga é um garoto da base. Foram contratações equivocadas, dinheiro jogado fora. Até 2017, quero que 40% do elenco do Bahia seja da base. Mas não é 40% de 40 jogadores não, é de um elenco de 28 jogadores, no máximo, para que esses garotos tenham condições de trabalhar. Sobre a Cidade Tricolor, é preciso buscar uma parceira, um name rights, uma empresa que compre esse nome para o Bahia ter retorno financeiro. Além disso, tem que ser feita uma parceria com o governo, com as prefeituras da região também. Ali tem que ter um espaço para um projeto social, para que o Bahia receba, em troca, isenções em impostos. Cito como Exemplo o São Paulo. O CT de Cotia é totalmente pago por esse tipo de projeto, por parcerias com o governo federal. O São Paulo não gasta nada com um CT que é referência, um dos melhores do país".

Por fim, Sant'Ana garantiu que não fugirá das suas responsabilidades, principalmente nos momentos difíceis que o clube possa passar. "sou criado na imprensa, é minha formação. Sei muito bem a importância que tem um dirigente não fugir da imprensa. Tenho que ter responsabilidades. O torcedor do Bahia não merece um presidente omisso, que fuja de dar explicações e entrevistas nos momentos difíceis. Claro que não vou dar entrevista todo dia, até porque tem assuntos específicos e os diretores têm também que dar esclarecimentos sobre os assuntos das suas competências. Mas, eu nunca vou fugir das minhas responsabilidades", concluiu.

Publicada no dia 26 de novembro de 2014, às 21h22

Classificação Indicativa: Livre

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