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Ednaldo Rodrigues acertou dívida milionária com pilotos antes de ser afastado da CBF; entenda

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Pilotos da CBF teriam sido demitidos da entidade sem justa causa  |   Bnews - Divulgação Divulgação/CBF
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 14/12/2023, às 06h39



O ex-presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, ordenou o pagamento de despesas milionárias da entidade antes de ser afastado do cargo por decisão judicial. Segundo a Folha de São Paulo, as medidas estão sendo investigadas internamente.

De acordo com a reportagem, uma das dívidas se refere a um acordo feito com os dois pilotos do jato da CBF, que transportavam o dirigente em suas viagens. Ambos eram registrados pela entidade e moveram uma ação trabalhista de R$ 1,4 milhão após terem sido demitidos sem justa causa.

No processo, Tiago Aguiar de Lemos anexou a gravação de uma ligação telefônica feita por ele para a então coordenadora de recursos humanos da CBF, Denise Monteiro. No áudio, ela o orienta a procurar os advogados da confederação para realizar um acordo trabalhista.

Segundo a Folha, Lemos diz que não quer negociar com a CBF e questiona Denise sobre quem deu a ordem para que a sua indenização fosse feita através de um acordo e não pelas vias tradicionais, como ocorreu com as outras demissões recentes na entidade.

"A gente está seguindo o que a gente tem aqui de direcionamento. É um direcionamento que vem de cima, entendeu?", diz Denise. Na sequência, o piloto pergunta se Ednaldo é o responsável pela orientação e a ex-coordenadora do RH confirma.

Os pilotos cobram na Justiça o pagamento de suas verbas rescisórias. Os advogados dos profissionais relatam vínculo formal de ambos com a CBF: Ferreira era funcionário desde 2010, com salário bruto mensal de R$ 88 mil. Lemos estava na entidade desde 2018, com remuneração de R$ 61 mil.

No processo, eles apontam coação na orientação da CBF por um acordo extrajudicial. Eles alegam ainda, que, caso contrário, não teriam o pagamento das rescisões.

Ainda de acordo com a Folha de São Paulo, para Ferreira, que chegou a procurar os advogados da CBF, foi feita uma proposta de pagamento de R$ 642 mil —pouco mais da metade a qual ele tem direito.

A CBF exigia, para assinar o acordo, que os valores não poderiam ser questionados posteriormente na Justiça. Também impunha sigilo.

Após uma audiência sem acordo neste mês, os advogados dos pilotos e da CBF fecharam uma proposta e o processo agora corre em segredo de Justiça. Os valores não foram divulgados.

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